Lobsang Rampa
Lobsang Rampa
Lobsang Rampa
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
e virou-a de cabeça para baixo, como que para fazer a água<br />
escorrer dela. Depois, atravessou, cambaleando, o lago<br />
escorregadio e transpôs de novo a mureta. Uma mulher correu<br />
para ele, gritando:<br />
— Cadê o chapéu dela? Cadê o chapéu dela? É novinho, acho<br />
bom o senhor apanhá-lo.<br />
Molygruber atirou a criança, completamente encharcada, para<br />
os braços da mãe, que retrocedeu, com medo de que a água<br />
lhe estragasse o vestido. Em seguida, voltou para a sua<br />
guarita e ficou muito tempo de pé, com ar sombrio e a água<br />
escorrendo-lhe pela roupa e entrando pelos sapatos adentro,<br />
até formar uma poça no chão lembrou-se de que não tinha<br />
roupa para trocar, mas não fazia mal, logo aquela estaria seca.<br />
Agarrou, com um suspiro, a carrocinha, empurrou-a para fora<br />
e trancou a porta.<br />
Molygruber estremeceu, porque um vento frio começava a<br />
soprar do Norte e todo mundo sabe que o vento norte é<br />
sempre vento frio. Começou a tiritar e resolveu trabalhar um<br />
pouco mais rápido, para ver se conseguia esquentar e secar a<br />
roupa no corpo.<br />
Em pouco, estava suando profusamente, mas nem assim a<br />
roupa parecia secar. Saía água até dos sapatos e a tarde<br />
transcorreu como se fosse uma eternidade até chegar a hora<br />
de voltar ao depósito.<br />
Os colegas ficaram surpresos com o silêncio do velho<br />
Molygruber.<br />
— Que será que aconteceu com o velho Moly? — perguntou<br />
um deles. — Parece que foi roubado, ele não costuma ficar tão<br />
calado! Só queria saber o que foi que houve!<br />
O velho carro de Molygruber custava a pegar e, quando por<br />
fim ele conseguiu pô-lo em marcha, viu que um dos pneus<br />
traseiros estava vazio e, com uma praga, desligou o motor,<br />
saiu e entregou-se à cansativa tarefa de trocar o pneu. Isso<br />
feito, entrou de novo no carro e de novo custou muito a fazê-lo<br />
pegar. Quando chegou ao seu quarto solitário estava farto de<br />
tudo, de salvar crianças, do trabalho, da solidão em que vivia.<br />
Despiu-se depressa, enxugou-se com uma toalha velha e<br />
deitou-se sem se lembrar de comer algo.<br />
Acordou suando muito. A noite parecia não ter fim, ele tinha<br />
dificuldade em respirar e o seu corpo parecia estar pegando