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LENDAS DE BEJA o Touro e a Cobra e outras lendas ... - joraga

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tanto olharem e de tanto terem para ver, por vezes, parece que os<br />

que vêem é que ficam ceguinhos..., para o que é essencial! “É que o<br />

essencial é invisível para os olhos”, dizia aquele mago que voava nos<br />

aviões dos anos quarenta e punha principezinhos a falar com raposas<br />

em coisas tão banais e corriqueiras e às vezes esquecidas por serem<br />

essenciais!...<br />

Isto discutiam animadamente os comagos e cofadas que eram todos<br />

cosábios, e pouco a pouco, e por vezes, surpreendentemente, lá iam<br />

descobrindo o sentido das coisas, até das que pareciam banais e<br />

desprezíveis...!<br />

Mas têm ao menos alguma arte, algum sentido, esses contos<br />

contados e cantados para encantar?<br />

Disso não sabemos muito, cara cofada, pois tentámos ler as<br />

intenções secretas do velho cigano cego em frente do par dos ciganos<br />

enamorados olhando a cidade as muralhas e as estrelas, mas parece<br />

que o que ele via na Via Láctea era o longo percurso da longa via da<br />

sua vida quase secular e quereria ele, quem sabe, deixar naquele<br />

conto o resumo cifrado do muito que vira através dos caminhos do<br />

mundo e dos tempos...!<br />

Mas então, porque não contava ele, claro e direito, aquilo muito que<br />

aprendeu?<br />

Certamente porque não sabia, caros cosábios, não sabia traduzir as<br />

letras das estrelas em letras e sons falados nas nossas línguas que<br />

usamos todos os dias, e, mesmo sabendo o que sabia da vida vivida<br />

e observada, corre-se sempre o risco de cada um entender aquilo que<br />

sabe que quer saber... e assim, deixa o desafio para cada um<br />

desvendar, na sua língua, na língua que cada um usa para pensar e<br />

para sonhar e construir para si os mundos reais que não existem e<br />

assim ficam com as pistas para descobrirem o que supunham não<br />

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