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LENDAS DE BEJA o Touro e a Cobra e outras lendas ... - joraga

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que apareceu no meio do desencanto da Literatura de Seiscentos.<br />

Nós podemos até lê-las em português! mas não podemos ter<br />

contacto com a força, a veemência e a violência que estaria na letra e<br />

escrita original, porque dessas não temos notícia. Podemos tão só<br />

imaginar, dando-nos conta, por exemplo na quinta carta, a última,<br />

que declara “fazer-lhe sentir, na diferença de termos e modos desta<br />

carta, que finalmente acabou por me convencer de que já me não<br />

ama e que devo, portanto, deixar de o amar”. Poderemos aperceber-<br />

nos disso até no modo como aparece, em cores mais carregadas ou<br />

mais esbatidas, uma autêntica explosão dos mais variados<br />

sentimentos que parecem contraditórios e impossíveis de retratar na<br />

mesma tela; e isto, quando já não há sentimentos - DORES, como ela<br />

diz!!! Resta-nos então concluir, portanto, que todos aqueles<br />

sentimentos são FINGIdos! Ela FINGE/DORES! “O poeta é um<br />

fingi(e)dor...”, diz Pessoa. O poeta finge DOR, podemos dizer nós.<br />

Nestas cartas, o personagem emissor, nitidamente no feminino,<br />

possivelmente, “...finge tão completamente, / que chega a fingir que<br />

é dor, / a dor que deveras sente.”<br />

última?<br />

Mas, quem nos diz, que aquela quinta carta é, realmente a<br />

Também este assunto, da ordem das cartas, é polémico. Qual é<br />

a primeira e quais as do meio, e qual a última. Uma notícia que<br />

temos é, para podermos fazer uma ideia de como aconteciam as<br />

coisas de publicações naquela época, sabermos que em meados de<br />

1668 já corriam numerosas cópias em França quando, em 28 de<br />

Outubro de 1668, o senhor Claude Barbin obteve o “Privilège du Roi"<br />

para imprimir a 1ª edição! Esta, 1ª edição, só aparece a 4 de Janeiro<br />

de 1669, dizendo ao leitor que “Com muito cuidado e esforço,<br />

encontrei maneira de recobrar uma cópia correcta da tradução das<br />

cinco Cartas portuguesas, escritas a um distinto gentil-homem que<br />

serviu em Portugal. Vendo-as louvadas, ou procuradas tão<br />

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