Edição dia 18 de Março de 2012. Domingo

Medida cautelar prevê que executivos
da Chevron devem ficar no País
Da Redação, com agências
redacao@jornaldebrasilia.com.br
Os executivos e funcionários estrangeiros da
empresa norte- americana Chevron
responsabilizados pelos vazamentos de petróleo
na Bacia de Campos estão impedidos de sair do
Brasil. De acordo com o procurador da República
em Campos, Eduardo Oliveira, a medida cautelar
foi concedida na noite de sexta-feira pelo juiz de
plantão da 4ª Vara Criminal. A Marinha localizou
ontem um quilômetro de mancha em um novo
vazamento, a 130 quilômetros da costa.
Pelo menos 17 pessoas e as empresas Chevron e
Transocean, que operava a plataforma de onde
originaram os vazamentos, serão denunciadas por
delitos previstos na Lei de Crimes Ambientais.
Entre os profissionais de origem estrangeira que
estão proibidos de deixar o território nacional está o
presidente da petroleira, George Buck. A medida
também deve atingir outros executivos de
nacionalidade norte-americana, francesa e
australiana. A preocupação do Ministério Público
Federal é que, com a solicitação da interrupção
das atividades de exploração da Chevron no Brasil,
essas pessoas aproveitem para voltar aos seus
países de origem para não responderem às
acusações no processo criminal.
DENÚNCIA
A denúncia que a Procuradoria da República
apresentará à Justiça foi elaborada a partir do
inquérito da Polícia Federal sobre o vazamento de
2,4 mil barris de petróleo em novembro de 2011. O
novo incidente, detectado no início do mês e
anunciado pela Chevron na última quinta- feira,
pode resultar no indiciamento e responsabilização
de outros funcionários da petroleira.
"Esse novo vazamento e o pedido para suspender
as atividades no Brasil demonstram o grau de
envolvimento e negligência da empresa. A
alegação de que querem fazer novos estudos
geológicos no local é brincadeira", afirmou Eduardo
Santos de Oliveira, autor da denúncia contra a
instituição norte- americana.
Impedidos de sair
Jornal de Brasília/DF - Brasil, 18 de Março de 2012
JUDICIÁRIO | Ministério Público Federal
SAIBA +
A Marinha, o Ibama e a Agência Nacional do
Petróleo (ANP) prometem fiscalizar os
procedimentos adotados pela empresa para
dispersão desta mancha. Na próxima semana
haverá uma reunião para discutir o caso, após a
realização de novos sobrevoos.
Na próxima quinta-feira, a Chevron solicitara à ANP
a suspensão de sua produção em território
brasileiro. A assessoria da ANP informou que a
agência não tem prazo para dar a resposta à
petroleira americana, e que o pedido pode ser
recusado.
Mancha de um quilômetro
A Marinha informou, em nota, ter identificado uma
mancha de cerca de um quilômetro de extensão na
região próxima ao novo vazamento, na Bacia de
Campos. Ela foi avistada por um inspetor naval da
Capitania dos Portos na última sexta-feira, durante
um sobrevoo na área.
O óleo foi identificado a 130 km da costa do Rio, no
local onde, na quarta-feira passada, a petroleira
informou ter detectado novo vazamento, estimado
pela empresa em cinco litros.
A mancha está a três quilômetros de onde ocorreu
o primeiro vazamento da empresa no País, em
novembro do ano passado. O óleo vaza em bolhas
por uma fenda de 800 metros de extensão.
A Marinha considerou a mancha "tênue" em
relação à formada pelos cerca de 2,4 mil barris de
petróleo que vazaram no ano passado, e que
deixaram um rastro de 163 quilômetros quadrados
de óleo no mar. Até o fechamento desta edição, a
americana Chevron não havia se pronunciado a
respeito da descoberta da mancha de óleo.
Desde o primeiro vazamento no Campo do Frade,
o "Grupo de Acompanhamento e Avaliação"
formado por Marinha, Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) e Agência Nacional do Petróleo (ANP)
segue verificando as ações de resposta da
Chevron ao acidente.
RENÚNCIA
Para o procurador da República em Campos,
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