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Da Torre de Babel às terras prometidas - Repositório Aberto da ...

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Abril <strong>de</strong> 1974 e o fim do colonialismo português, assiste-se a um regresso massivo<br />

<strong>da</strong> população portuguesa que residia então nas colónias, para se radicar<br />

preferencialmente nas Áreas Metropolitanas <strong>de</strong> Lisboa e Porto. No entanto, e <strong>de</strong>vido<br />

aos conflitos políticos, económicos e sociais com que aqueles países recém-formados<br />

se <strong>de</strong>batiam, houve ain<strong>da</strong> uma corrente <strong>de</strong> imigração, por parte <strong>de</strong> algumas <strong>de</strong>zenas<br />

<strong>de</strong> milhar <strong>de</strong> indivíduos naturais <strong>da</strong>s ex-colónias.<br />

Com essa corrente <strong>de</strong> imigração, nasciam em Portugal as primeiras<br />

comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s islâmicas, forma<strong>da</strong>s essencialmente por moçambicanos e por<br />

guineenses, embora estes em número inferior, que se fixaram primordialmente em<br />

Lisboa e arredores, mas também em número consi<strong>de</strong>rável na zona do Porto (Tiesler,<br />

2000: 124). Começava também aqui a inversão do fluxo português no fenómeno <strong>da</strong><br />

emigração, tornando-se mais um país <strong>de</strong> acolhimento do que <strong>de</strong> parti<strong>da</strong>, ao que não<br />

será estranho a maior abertura e a liberalização trazi<strong>da</strong>s pelo novo regime<br />

governativo, juntamente com o <strong>de</strong>senvolvimento económico do país e posterior<br />

integração na União Europeia. Estes factores propiciam um fluxo crescente <strong>de</strong><br />

imigração africana, que será a principal municiadora do crescimento <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

islâmica, a ponto <strong>de</strong> se atingirem os cerca <strong>de</strong> 9.100 crentes registados pelo<br />

Recenseamento Geral <strong>da</strong> População <strong>de</strong> 1991. Este número po<strong>de</strong>rá ser posto em<br />

causa, não só pelo número elevado <strong>de</strong> não respostas, mas também pela quanti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> indivíduos não legalizados, que obviamente não estão contabilizados, mas que<br />

potencialmente serão em número elevado 30 .<br />

A comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> islâmica tem vindo a consi<strong>de</strong>rar-se marginaliza<strong>da</strong> ou, pelo<br />

menos, esqueci<strong>da</strong> do ponto <strong>de</strong> vista cultural, consi<strong>de</strong>rando-se igualmente<br />

«discrimina<strong>da</strong>» do ponto <strong>de</strong> vista do tempo <strong>de</strong> antena proporcionado e <strong>da</strong><br />

visibili<strong>da</strong><strong>de</strong> concedi<strong>da</strong> pelos media, que julgam ser escassa. De acordo com Nina<br />

Tiesler, problema análogo é levantado relativamente à educação religiosa no ensino<br />

público:<br />

30 Na edição do jornal Público <strong>de</strong> 8 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 1999, o número <strong>de</strong> muçulmanos em Portugal foi<br />

estimado entre 25 a 30 mil indivíduos.<br />

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