maria fernanda vieira rosa - Uneb
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Sylvia Orthof — (1932-1997)<br />
Sylvia Orthof nasceu no Rio de Janeiro, em 1932, filha de um<br />
casal de judeus austríacos que deixou Viena entre as duas<br />
guerras, para buscar paz e trabalho. Filha única de<br />
imigrantes pobres, teve uma infância difícil. Aprendeu a falar<br />
primeiro alemão e falava português com sotaque e errado<br />
até a idade escolar. Aos 18 anos, foi estudar teatro em Paris.<br />
Um ano depois, voltou ao Brasil e trabalhou como atriz no<br />
Teatro Brasileiro de Comédias, em São Paulo (o TBC), e, no<br />
Rio, atuou com grandes nomes do teatro e da TV. Escritora<br />
muito amada, com a sua irreverência poética inesquecível,<br />
publicou mais de 100 livros para crianças e jovens e teve 13 títulos premiados pela<br />
Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil com o selo Altamente Recomendável<br />
para Crianças. Sylvia morreu em 1997, mas até hoje exerce grande influência sobre<br />
um grande número de autores infantis. Entrar numa história de Sylvia Orthof é<br />
encher os olhos de susto, mas não um susto de tremer perna ou bater queixo. O<br />
susto que as histórias de Sylvia dão na gente são carregados de perplexidade,<br />
arregalam a gente por dentro, dão largura no pensamento. Ganhadora do Prêmio<br />
Jabuti, por A Vaca Mimosa e a Mosca Zenilda (1997), Sylvia teve vários trabalhos<br />
adaptados para o teatro e quebrou tudo quanto é estereótipo na literatura infantil<br />
brasileira, com o seu texto desobediente, esmerado, abusado, feito de riso,<br />
provocação e arrepio. Afinal, a criatividade de Sylvia Orthof jamais coube em rótulos.<br />
Como ela mesma já disse, as histórias clássicas da literatura infantil sempre tiveram<br />
um ponto de vista muito machista. “Ninguém pergunta à Cinderela se ela quer casar<br />
com o príncipe. Cinderela casa com o príncipe porque ele tem dinheiro e poder. Ela<br />
se prostitui”, disse a autora. Mas, ao mesmo tempo, a autora defendia a leitura dos<br />
contos tradicionais, desde que houvesse uma reflexão. “Se Chapeuzinho Vermelho<br />
tem tanta força até hoje, é porque tem o seu valor. Só precisamos tomar cuidado<br />
para não apresentarmos essas histórias com uma mensagem moralista”.<br />
Almir Correia<br />
É natural de Ponta Grossa e atualmente reside em Curitiba.<br />
Mestre em Teoria da Literatura e especialista em Língua<br />
Portuguesa e Literatura Brasileira, o escritor desenvolveu o<br />
gosto pela literatura infantil. Tem vários livros infanto-juvenis<br />
publicados, alguns inclusive premiados. Escreve também<br />
roteiros de longa e curta metragem, faz vídeos e agora está<br />
entrando no mundo da animação. Entre seus principais livros<br />
estão: Poemas malandrinhos (Atual/Saraiva), O menino com<br />
monstros nos dedos (Nova América), Anúncios amorosos dos bichos (Editora<br />
Biruta), Blog do sapo frog (Formato/Saraiva), Trava-língua quebra-queixo rema<br />
rema remelexo (Editora Cortez), Lugares Incríveis para brincar antes de<br />
crescer” (Editora Nova Alexandria), Coisas que a garotada pode fazer para o<br />
mundo não acabar” (Editora Novo Século). Poemas sapecas rimas traquinas<br />
(Formato/Saraiva); livro pelo qual recebeu o prêmio de melhor Poesia Infantil da<br />
Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) e também foi incluído no<br />
“Brazilian Book Magazine”.<br />
Disponível em: <br />
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