Contadores de Histórias - Histórias Interativas
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fragmentos <strong>de</strong> nossas interpretações singulares e coletivas, alimentar o imaginário dos<br />
leitores das bibliotecas no <strong>de</strong>senvolvimento da função simbólica por meio <strong>de</strong> textos,<br />
<strong>de</strong> imagens, <strong>de</strong> sons, das vozes que narram, conferindo uma dimensão universal aos<br />
seus sentimentos. Já que temos <strong>de</strong>senvolvido muito mais a função lógica do educar, é<br />
preciso reencantar a Educação, dando relevo à sua função simbólica, mágica.<br />
Para isto, o trabalho primordial com as narrativas da tradição, com as vozes que<br />
nos chegam do mais profundo <strong>de</strong> nós mesmos e das nossas coletivida<strong>de</strong>s. As narrativas<br />
da tradição são tesouros do repertório humano arquitetado ao longo do tempo<br />
e simbolizam a jornada da alma rumo às transformações pessoais. Reserva simbólica<br />
da humanida<strong>de</strong>, portanto, estão repletas <strong>de</strong> figuras significativas que representam<br />
estágios <strong>de</strong> evolução subjetiva e coletiva. Nelas, as imagens nos fazem apreen<strong>de</strong>r o<br />
universo <strong>de</strong> modo instantâneo e as figuras significativas das narrativas da tradição – os<br />
arquétipos – enquanto projeções da alma dos sujeitos, são resíduos psíquicos acumulados<br />
no inconsciente da humanida<strong>de</strong>, são imagens primordiais, conteúdo eternamente<br />
presente no inconsciente coletivo e, assim, projeções do espírito <strong>de</strong> uma época.<br />
Nos contos tradicionais, as vozes encantadas que dizem <strong>de</strong> Bruxas, Velhos e Velhas<br />
Sábios, Heróis etc., potencializam este reencantamento mencionado.<br />
Quem são? O que significam? Quais suas características principais, seus atributos?<br />
Nossas tentativas <strong>de</strong> respostas a essas indagações promovem o necessário olhar sobre<br />
o duelo entre estar inserido no imaginário cristalizadamente insalubre da contemporaneida<strong>de</strong><br />
ou pôr em movimento constante o pensar sobre outros possíveis significados.<br />
Para tanto, minha práxis nas bibliotecas é a tessitura <strong>de</strong> suas múltiplas vozes na<br />
laçada fundamental possibilitada pelas narrativas e suas figuras <strong>de</strong> significação; é um<br />
reviver da reverberação que tiveram em nossas almas.<br />
Alguns se perguntam: será possível o resgate hoje? Haverá interesse, nesses tempos<br />
fragmentados e fragmentadores, pelos contos da tradição? E outros trabalham, sim,<br />
com o significado profundo <strong>de</strong>ssas narrativas fundantes, incentivando o mergulho em<br />
sua atmosfera para melhor compreen<strong>de</strong>r suas próprias lembranças, ressimbolizando o<br />
passado, a fim <strong>de</strong> reescrevê-lo e à própria vida. Nesse sentido, enquanto Darnton nos<br />
Nanci Gonçalves da Nóbrega<br />
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