Contadores de Histórias - Histórias Interativas
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[Edmilson Santini]<br />
Eis que a cadência da roda, no compasso da ciranda, dava o tom <strong>de</strong> todas as vozes,<br />
Eque em coro cantavam: “Até pro ano, se eu vivo for”. Era o encerramento do Circuito<br />
Estadual das Artes, realizado numa das praças da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Caxias-RJ. Fazendo jus à<br />
tradição que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> séculos aos dias atuais, acompanha a trajetória <strong>de</strong> artistas populares,<br />
em praças, ruas... o chapéu logo é mostrado... Feito pedra <strong>de</strong> anel, <strong>de</strong> mão em mão é<br />
passado, quando vê, está enriquecido em notas e moedas. O que não significa que ali<br />
está a paga pela função apresentada ao respeitável público. No andar das contações <strong>de</strong><br />
histórias – vozes das praças – rodar o chapéu, no <strong>de</strong>sfecho <strong>de</strong> cada função, é hábito que<br />
se mantém mais como um complemento brincante, eu diria. Dito isso, a presença <strong>de</strong><br />
espírito, em carne, osso e voz, do contador <strong>de</strong> história, perante a socieda<strong>de</strong> atual (loucamente<br />
urbanizada, até certo ponto) se dá como proposta <strong>de</strong> lazer, educação, cultura...<br />
aos ouvidos <strong>de</strong> um público volante (sempre passando), personagem carente <strong>de</strong> um pouco<br />
<strong>de</strong> poesia nos fins-<strong>de</strong>-tar<strong>de</strong>-cair-da-noite <strong>de</strong> seus dias, em gran<strong>de</strong> parte estressantes.<br />
Caía <strong>de</strong> vez a noite sobre o viaduto, quando os participantes do recém-encerrado<br />
espetáculo foram <strong>de</strong>ixando a Praça, cada qual pegando seus a<strong>de</strong>reços <strong>de</strong> cena e<br />
rumando em <strong>de</strong>stino ao Lar, Doce Lar. Eu, apesar <strong>de</strong> já ter tomado parte em inúmeras<br />
apresentações <strong>de</strong> rua, com semelhante dimensão humana povoando a roda, vi ali um<br />
dos mais iluminados Pontos <strong>de</strong> Encontro Marcado com a Poética do Circo, por meio<br />
dos Pernas-<strong>de</strong>-Pau, que encenavam Ditos Populares, do Homem que fazia fogo jorrar<br />
por sua Boca <strong>de</strong> Palhaço... Enfim, tantas foram as provas do Po<strong>de</strong>r Poético nas Vozes<br />
e Voos daquela Praça que, ao sair <strong>de</strong> lá, no intento <strong>de</strong> ir também pra casa, no meio<br />
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