Contadores de Histórias - Histórias Interativas
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<strong>Contadores</strong> <strong>de</strong> <strong>Histórias</strong>: um exercício para muitas vozes<br />
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janela, o telefone que toca, a criança que brinca, o cachorro que late, etc.<br />
Portanto, o cinema retoma o ritual da fogueira, (Opa! Olha um ponto <strong>de</strong> conexão<br />
aí.) o ritual <strong>de</strong> sociabilida<strong>de</strong>. Quando vamos ao cinema, geralmente buscamos no<br />
jornal o filme que nos chame a atenção, telefonamos para alguém, amigo, namoro,<br />
paquera, etc. Combinamos o encontro. Antes <strong>de</strong> sairmos, tomamos banho, colocamos<br />
uma roupa melhorzinha, compramos o ingresso. Compramos a pipoca, conversamos<br />
até que comecem os trailers, e logo nos calamos para a vivência do filme.<br />
Após este, vamos a algum bar ou restaurante e completamos nossa experiência social.<br />
Hoje em dia, quando as ofertas <strong>de</strong> mídias são cada vez mais individuais, como TVs<br />
por celular, internet, etc. O cinema exerce seu papel <strong>de</strong> oferecer histórias através <strong>de</strong>ssa<br />
experiência social.<br />
Por tudo isto, o cinema potencializa o chamado processo <strong>de</strong> “Desligamento Voluntário<br />
da Descrença” (vamos chamar <strong>de</strong> D.V.D.?), este é um acordo tácito entre o<br />
espectador e o produtor da obra, on<strong>de</strong> o espectador se dispõe a mergulhar na vivência<br />
do filme, esquecendo que aquilo é uma representação e realmente acredita no que vê.<br />
Portanto se fazem ridículos certos questionamentos como, por exemplo, alguém que<br />
contesta a inverossimilhança do super-homem não ser reconhecido quando coloca os<br />
óculos e se disfarça <strong>de</strong> Clark Kent. Ora, se nós acreditamos que o sujeito voa, as balas<br />
não penetram seu corpo, tem visão laser, ficarmos nos questionando com relação aos<br />
óculos?!! Assistir ao super-homem só é possível por conta do D.V.D. A partir disto o<br />
cinema nos proporciona algo fundamental, o mito e seus arquétipos. A possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
entrarmos no mundo do fantástico. É <strong>de</strong> um valor inestimável.<br />
Nem todo contador tem à mão o recurso da fogueira, mas eu, através da sala <strong>de</strong><br />
cinema, tenho. Voltando ao “<strong>Histórias</strong>”, fui buscar <strong>de</strong>ntro das várias culturas que<br />
se apresentaram pra mim, os diferentes mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> tempo, trabalhei numa macroestrutura<br />
<strong>de</strong> roteiro linear, partindo no início do filme das culturas pré-orais, até<br />
os dias atuais, nesta cultura pós-mo<strong>de</strong>rna-virtual-multimídia-digital, mas usando o<br />
tempo cíclico e elíptico ao longo dos vários momentos do filme. E mais, o tempo<br />
do narrador é totalmente diferente no cinema, portanto editei as histórias narradas,