Caderno Teoria e Prática 3 - Inep
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eitura sugerida<br />
Para aprofundar os temas tratados nesta unidade, sugerimos a leitura do livro<br />
Contribuições da Lingüística para a Alfabetização. Coletânea organizada pela prof a<br />
Silvia Lúcia B. Braggio e publicado pela Editora da UFG, em Goiânia, 1995.<br />
O texto que Você irá ler em seguida foi reproduzido desse livro.<br />
Para facilitar sua leitura, estamos incluindo um pequeno glossário de termos técnicos<br />
ao final do texto, e indicando com um (*) as palavras que constam desse glossário.<br />
CAMINHO SUAVE E PIPOCA:<br />
O ALFABETIZANDO COMO NÃO SUJEITO DO PROCESSO<br />
Elizabeth Landi de Lima e Souza<br />
Desde que se iniciou a alfabetização no Brasil, pelos jesuítas, ela tem sido<br />
trabalhada de forma tal que o alfabetizando é visto como um recipiente vazio em<br />
que é depositado, conforme afirma Paulo Freire, o saber daquele que é seu dono – o<br />
alfabetizador. Embora esse procedimento já esteja sendo discutido há algum tempo,<br />
sabe-se que somente alguns casos isolados de mudança de atitude do alfabetizador<br />
e da escola frente a tal problema vêm ocorrendo.<br />
Em decorrência dessa escola que temos ainda hoje, é bastante significativo<br />
o índice de evasão e de repetência nas classes de alfabetização (primeira série do<br />
primeiro grau). As causas desses fatos podem vir de falhas por parte da escola, que<br />
oferece à criança um processo de aquisição da linguagem escrita dissociado do<br />
domínio de língua que ela já possui.<br />
Além disso, outra causa para o mesmo problema refere-se à distância existente<br />
entre a linguagem da criança e a linguagem da escola, que, em muitos casos, pode ser<br />
detectada no material utilizado para a alfabetização, o que prova que a escola não tem<br />
respeitado a linguagem da criança, mas vem impondo a sua própria linguagem.<br />
Como se sabe, a linguagem oral da criança é a base sobre a qual ela se apóia<br />
no processo de aquisição da escrita. Isso interfere na performance(*) lingüística<br />
da criança, por haver semelhanças entre as duas linguagens, a oral e a escrita. As<br />
dificuldades existem quando ambas são isoladas uma da outra e podem tornar-se<br />
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