revista “Querer é Poder” - Instituto Pupilos do Exército
revista “Querer é Poder” - Instituto Pupilos do Exército
revista “Querer é Poder” - Instituto Pupilos do Exército
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
de que, como professor que era, concordaria comigo. De facto<br />
o saber não ocupa lugar mas ocupa lugares e o nosso <strong>Instituto</strong><br />
<strong>é</strong> um desses lugares que Portugal e aqueles em quem confiamos<br />
o nosso destino e recursos comuns têm o dever de conhecer,<br />
preservar e reconhecer o m<strong>é</strong>rito.<br />
A personalidade institucional e identidade própria que liga<br />
to<strong>do</strong>s os que servem o <strong>Instituto</strong> e assim Portugal, funda-se num<br />
conjunto de valores e saberes perenes, valida<strong>do</strong>s pela memória<br />
e transmiti<strong>do</strong>s às diversas gerações atrav<strong>é</strong>s de uma educação<br />
conscientemente renovada e inova<strong>do</strong>ra, baseada numa visão<br />
humanista de formação integral <strong>do</strong> indivíduo que o prepara<br />
para o futuro e para os seus desafios.<br />
Este <strong>é</strong> o nosso ideal. Dirão os nossos detratores: «- Bom, mas esse<br />
ideal poderá não ser alcança<strong>do</strong>.» Respondemos. «Será, mas essa <strong>é</strong><br />
a característica <strong>do</strong>s ideais. Eles não precisam de ser plenamente<br />
alcança<strong>do</strong>s e a toda a hora para se manterem exatamente<br />
como tal; como ideais que guiam e iluminam a nossa ação e a<br />
vontade de continuar a ensinar numa Escola de cidadãos livres,<br />
responsáveis e capazes de futuro.<br />
O contributo Português<br />
e o fenomenal avanço da Ciência<br />
Miguel Viegas Gonçalves<br />
Professor de Filosofia<br />
No ano de 2012 constataram-se importantes avanços no<br />
<strong>do</strong>mínio da ciência nos mais varia<strong>do</strong>s campos <strong>do</strong> conhecimento<br />
que muito contribuíram para aumentar a nossa compreensão<br />
<strong>do</strong> universo. A comunicação social daquele ano está recheada<br />
de muitas e variadas novidades científicas que há algum tempo<br />
atrás eram apenas <strong>do</strong> puro <strong>do</strong>mínio da ficção. Duas delas, o<br />
Roboto Curiosity e o Bosão de Higgs, foram at<strong>é</strong> selecionadas<br />
para o «Acontecimento <strong>do</strong> Ano» pela <strong>revista</strong> Time. Assim,<br />
para divulgar a ciência e dar a conhecer como a natureza <strong>é</strong><br />
maravilhosamente complexa, e, tamb<strong>é</strong>m como Portugal está<br />
cultural e cientificamente evoluí<strong>do</strong>, farei um breve resumo <strong>do</strong><br />
que tomei conhecimento pela comunicação social, e que mais<br />
me impressionou naquele ano, mas certamente muito mais<br />
haveria para citar e desenvolver.<br />
E para demonstrar, desde já, a característica paradigmática<br />
ESCRITOS<br />
da competência e criatividade <strong>do</strong>s t<strong>é</strong>cnicos e cientistas<br />
portugueses, e a eficiência <strong>do</strong> seu Ensino Profissional bem como<br />
o desenvolvimento científico das nossas instituições acad<strong>é</strong>micas<br />
de ensino superior e a competitividade das nossas empresas em<br />
diversos campos de tecnologia de topo, citarei, como exemplo,<br />
o Grupo ISQ-<strong>Instituto</strong> da Soldadura e Qualidade que <strong>é</strong> líder<br />
<strong>do</strong> consórcio internacional que irá garantir a fiabilidade de<br />
contenção <strong>do</strong> sarcófago que será construí<strong>do</strong> sobre o reator nº<br />
4 de Chernobyl - que explodiu em abril de 1986 - para deter a<br />
fuga de radiação que ainda se verifica.<br />
Na área da investigação das novas tecnologias o contributo<br />
português tem esta<strong>do</strong> igualmente presente, ten<strong>do</strong> o nosso<br />
compatriota Pedro Pinto descoberto, em conjugação com outros<br />
<strong>do</strong>is professores da Escola Polit<strong>é</strong>cnica Federal de Lausanne, a<br />
solução para o problema da dinâmica da propagação em rede.<br />
Num artigo publica<strong>do</strong> na “Physical Review Letters” explica o<br />
grande potencial <strong>do</strong> algoritmo de SPARSEINF para determinação<br />
da origem da informação após a sua disseminação, seja um vírus<br />
ou um boato, sen<strong>do</strong> possível desmontar a origem desse boato,<br />
<strong>do</strong> surto epid<strong>é</strong>mico ou at<strong>é</strong> mesmo de redes de crime, em poucos<br />
minutos. Os cientistas já percebiam como <strong>é</strong> que a informação ou<br />
um vírus se propagavam numa rede. A determinação <strong>do</strong> ponto<br />
inicial em que a rede fora “infetada” <strong>é</strong> que era o problema.<br />
Nesta corrida ao conhecimento, cientistas da IBM conseguiram<br />
tamb<strong>é</strong>m colocar num único chip 10 000 transístores em<br />
nano tubos de carbono. E em Coimbra existe mesmo a única<br />
fábrica de nanopartículas em Portugal, a Innovanano, segun<strong>do</strong><br />
informação <strong>do</strong> Diário de Económico que titulou a notícia como<br />
“A fábrica onde nascem partículas invisíveis”. As nanopartículas,<br />
que têm a dimensão de uma bact<strong>é</strong>ria e são mil vezes menores<br />
que a espessura de um cabelo, têm diversas propriedades muito<br />
especiais. Têm, por exemplo, uma alta resistência à pressão, à<br />
abrasão e às temperaturas. E <strong>é</strong> devi<strong>do</strong> a tais propriedades que<br />
a Universidade de Aveiro criou uma esp<strong>é</strong>cie de “pele” para<br />
proteger as aeronaves, que consiste num revestimento capaz de<br />
autorreparar pequenas fissuras durante o voo, incluin<strong>do</strong>-se na<br />
tinta da fuselagem nano partículas, devi<strong>do</strong> à especial característica<br />
de poderem gerar mol<strong>é</strong>culas que protegem os metais contra a<br />
corrosão <strong>do</strong> meio ambiental. Quanto ao campo energ<strong>é</strong>tico, a <strong>revista</strong><br />
portuguesa Renováveis Magazine de março de 2011 dá-nos, por<br />
sua vez, a conhecer que estamos mais próximos <strong>do</strong> que nunca<br />
da fotosíntese artificial. Aconteceu, que inspira<strong>do</strong> no processo<br />
de fotosíntese das plantas o Nacera’s Laboratory (EUA) criou um<br />
processo revolucionário para fazer a separação <strong>do</strong> oxig<strong>é</strong>nio e<br />
hidrog<strong>é</strong>nio da água, e desse mo<strong>do</strong> armazenar energia el<strong>é</strong>trica,<br />
mesmo quan<strong>do</strong> não há sol. E para se obter tamb<strong>é</strong>m energia<br />
limpa, ao largo de Peniche, a 43 m. de profundidade, está<br />
colocada uma máquina, única a nível mundial, a waveeroller, um<br />
projeto da Enólica e da finlandesa AW Energy, cujas pás gigantes<br />
oscilam ao sabor das ondas e que tem um dispositivo que depois<br />
transforma a energia das ondas em energia el<strong>é</strong>trica que <strong>é</strong><br />
recebida num transforma<strong>do</strong>r atrav<strong>é</strong>s de um cabo submarino e<br />
injetada na rede.<br />
Na área da medicina molecular, um português, que tem vin<strong>do</strong><br />
a desenvolver a sua atividade investiga<strong>do</strong>ra no <strong>Instituto</strong> de<br />
23