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revista “Querer é Poder” - Instituto Pupilos do Exército

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característica radicada no seu próprio instinto, que se reflete de<br />

mo<strong>do</strong> intemporal nesta interrogação, formulada em 1615, numa<br />

carta de Galileu a Cristina di Lorena: “Quem se atreverá a por<br />

limites ao engenho <strong>do</strong>s homens?”<br />

Paula Cristina Monteiro<br />

Professora de Filosofia, Psicologia e Área de Integração<br />

A necessidade <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s de merca<strong>do</strong><br />

Num <strong>do</strong>s últimos noticiários de um <strong>do</strong>s múltiplos canais de<br />

televisão por cabo, uma notícia chamou-me a atenção. Numas<br />

das principais art<strong>é</strong>rias da cidade de Lisboa a Avenida de Roma,<br />

estão abertos ao público “quase porta sim, porta sim” vários<br />

cabeleireiros exclusivos para senhoras ou unissexo. De entre<br />

as várias questões que de repente vêm à memória <strong>do</strong> vulgar<br />

cidadão que por ali circula posso destacar as seguintes; Será<br />

que existe merca<strong>do</strong> suficiente para to<strong>do</strong>s poderem sobreviver<br />

comercialmente? O que oferecem os diferentes estabelecimentos<br />

de mo<strong>do</strong> a que se distingam uns <strong>do</strong>s outros, sim porque para um<br />

vulgar cidadão que necessite de tratar <strong>do</strong> cabelo provavelmente<br />

<strong>é</strong>-lhe indiferente ir a um ou a outro.<br />

Provavelmente poucos destes comerciantes têm a noção <strong>do</strong><br />

que <strong>é</strong> um estu<strong>do</strong> de merca<strong>do</strong>, a fixação <strong>do</strong> seu negócio nessa<br />

zona deveu-se provavelmente ao facto de considerarem que se<br />

trata de uma zona cujos residentes se situam num determina<strong>do</strong><br />

estrato social, a classe m<strong>é</strong>dia alta com um poder de compra<br />

acima da m<strong>é</strong>dia da população o que lhes vai permitir cuidar<br />

com mais cuida<strong>do</strong> <strong>do</strong> seu visual.<br />

Então o que <strong>é</strong> um estu<strong>do</strong> de merca<strong>do</strong>?<br />

Um estu<strong>do</strong> de merca<strong>do</strong>, corresponde ao conjunto de atividades<br />

que têm por finalidade prever as vendas e os preços de certo bem<br />

ou serviço com o objetivo futuro de investimentos empresariais<br />

públicos ou priva<strong>do</strong>s terem resulta<strong>do</strong>s compensa<strong>do</strong>res.<br />

Esta definição de estu<strong>do</strong> de merca<strong>do</strong>, traduz um conjunto de<br />

atividades com os seguintes objetivos:<br />

É o início de qualquer projeto empresarial;<br />

Definição de uma estrat<strong>é</strong>gia de Marketing que torne<br />

competitivo o binómio produto/merca<strong>do</strong>;<br />

Identifica os produtos a comercializar;<br />

Fixa o preço e as condições de venda;<br />

Define os circuitos de distribuição;<br />

Permite conhecer o público alvo a atingir;<br />

Analisa os da<strong>do</strong>s de potenciais clientes para a<br />

implementação de ações de Marketing;<br />

Determina a “imagem” da empresa e <strong>do</strong>s seus produtos<br />

ou serviços;<br />

Prevê o volume de negócios.<br />

ESCRITOS<br />

Em conclusão:<br />

Não basta a boa ideia, a ousadia, o risco, <strong>é</strong> necessário entender<br />

o merca<strong>do</strong> e estar constantemente atualiza<strong>do</strong> relativamente<br />

às suas tendências de evolução para que o negócio encontre<br />

possibilidade crescimento, provavelmente não <strong>é</strong> esse o caso de<br />

muitos <strong>do</strong>s pequenos comerciantes que se estabeleceram na<br />

Av. De Roma com os seus cabeleireiros de senhoras ou unissexo<br />

que provavelmente só olharam ao estrato social <strong>do</strong>s residentes<br />

daquela zona da cidade de Lisboa concluin<strong>do</strong> que ali havia<br />

potencial económico para to<strong>do</strong>s terem sucesso comercial, não<br />

ten<strong>do</strong> em consideração outros fatores tais como a situação<br />

económica <strong>do</strong> país, desemprego e consequente degradação<br />

<strong>do</strong> poder de compra da população, população residente mais<br />

envelhecida, com mais dificuldades de locomoção, a própria<br />

evolução da tecnologia que vai permitir às pessoas em geral<br />

tratar <strong>do</strong> seu visual em casa evitan<strong>do</strong> assim a ida ao cabeleireiro,<br />

entre outros possíveis fatores que o estu<strong>do</strong> de merca<strong>do</strong> analisaria.<br />

Em senti<strong>do</strong> contrário a nossa Escola, adaptou-se e muito bem<br />

à realidade <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> atual, desde 2009 apostou no ensino<br />

profissional, esta aposta permitiu-lhe situar-se no segmento de<br />

merca<strong>do</strong> onde existe procura de mão de obra qualificada para o<br />

teci<strong>do</strong> industrial português.<br />

Paulo Magalhães<br />

Professor de Economia e Gestão <strong>do</strong> IPE<br />

A Economia e a Gestão, o Contributo <strong>do</strong> IPE<br />

A primeira coisa que eu ensino aos meus alunos, logo na primeira<br />

aula de Direito, <strong>é</strong> que: - “O Homem <strong>é</strong> um animal eminentemente<br />

social!”, como o demonstrou e afirmou tantas vezes Aristóteles.<br />

Esta c<strong>é</strong>lebre frase já faz gozo e ane<strong>do</strong>ta entre os alunos <strong>do</strong> curso<br />

T<strong>é</strong>cnico de Gestão por ser tantas vezes repetida e trabalhada.<br />

É a partir dela que to<strong>do</strong> o pensamento e formação se vão<br />

moldan<strong>do</strong> e crescen<strong>do</strong> ao longo <strong>do</strong>s três anos <strong>do</strong> curso.<br />

“O Homem <strong>é</strong> um animal eminentemente social!”<br />

… e porque <strong>é</strong> um animal social, só sobrevive em sociedade e para<br />

sobreviver em sociedade tem de criar regras e normas de conduta<br />

que lhe permitam viver em harmonia nessa mesma sociedade.<br />

Com o evoluir da humanidade, o Homem saiu da caverna, deixou<br />

de ser nómada e sedentarizou-se crian<strong>do</strong> laços sociais cada vez<br />

mais complexos, que ultrapassaram para lá da sociedade primária<br />

e originariamente estabelecida – a Família. Surgem as tribos, as<br />

comunidades, as cidades – esta<strong>do</strong>, at<strong>é</strong> chegarmos à atualidade e<br />

ao conceito de Esta<strong>do</strong> Moderno.<br />

O Esta<strong>do</strong> Moderno, essa entidade, definida por Jean Bodin, como<br />

sen<strong>do</strong> <strong>do</strong>tada de soberania, que exerce o poder político sobre<br />

um determina<strong>do</strong> povo sedimenta<strong>do</strong> num determina<strong>do</strong> território<br />

com as suas fronteiras devidamente definidas e reconhecidas<br />

internacionalmente.<br />

Rapidamente os alunos percebem que Esta<strong>do</strong> e Nação não<br />

significam a mesma coisa e que povo e população não têm<br />

seguramente o mesmo significa<strong>do</strong>.<br />

Não invocan<strong>do</strong> o caso de Olivença, podemos afirmar com toda a<br />

convicção que Portugal <strong>é</strong> o Esta<strong>do</strong>-nação mais antigo da Europa,<br />

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