capital humano PESSOAS FELIZES TRABALHAM MELHOR 18 | On edp CRUZ MORAIS EM DISCURSO DIRECTO “A inovação e o relacionamento com os clientes foram dois dos temas mais votados na intranet. E ainda bem, porque são, de facto, dois temas chave, como aliás António Mexia teve a oportunidade de referir na sua apresentação. Eu iria reforçar apenas alguns pontos, começando pela inovação. Como é do conhecimento de todos, o sector energético atravessa, neste momento, um processo de mudança sem precedentes ao longo das últimas décadas. Estas alterações derivam de vários factores. Um deles é o aumento constante do preço da energia que se deve, por um lado, a uma evolução crescente da procura e, por outro lado, ao aumento do custo de exploração das novas reservas de combustíveis fósseis que vão sendo encontradas. Outro factor que determina o paradigma em que estamos a viver é as emissões de CO2. Existe hoje um consenso quase total sobre o efeito dos gases de estufa nas alterações climáticas, nomeadamente no aquecimento global. O problema não é estático e tende a agravar-se, à medida que os consumos crescem. E deixem-me dizer-vos que a previsão é de que os consumos , em 2050, dupliquem, ou mesmo tripliquem, relativamente a 2000. As respostas a estes problemas são essencialmente duas: Produzir energia com menos emissões de CO2 — daí a utilização das renováveis — e contrariar a tendência do crescimento do con- sumo através da eficiência energética. E são estes dois factores – produção a partir de energias renováveis, ou com baixas emissões de CO2, e eficiência energética – que estão a provocar alterações estruturais no sector energético. Por outro lado, verificam-se também alterações fundamentais do ponto de vista comercial. A abertura do mercado, que hoje é total em Portugal, mas sobretudo o aumento da pressão competitiva, vêm alterar o equilíbrio do mercado em que temos vindo a actuar. A inovação desempenha um papel chave como elemento diferenciador para a EDP conservar uma forte capacidade competitiva. Quando falamos de inovação, falamos num sentido amplo. Inovação não apenas na componente tecnológica que nos habituámos a assumir, mas também a inovação nas formas de comunicar — por exemplo, na forma como apresentamos os nossos produtos ou serviços. A inovação revela-se nos sistemas e nos processos que apoiam as nossas operações. O processo de inovação é por isto um processo global que envolve todas as áreas e todos os colaboradores do Grupo. É devido à importância de inovar que no ano passado foi criada a EDP Inovação. O objectivo é promover uma cultura de inovação, acompanhar o desenvolvimento de novas tecnologias e identificar novas oportunidades em áreas de negócio relacionadas com o sector energético. Em que áreas estamos a actuar, ao nível da EDP Inovação? Como já aqui foi referido, nas renováveis estamos a analisar alternativas, quer das ondas, quer do vento offshore (no mar); por isso, investimos directamente em projectos como sejam o Pelamis, aqui ao largo de Espinho, ou o Infloat, para o aproveitamento de energia eólica em mar alto. Há, ainda, um grande foco no desenvolvimento das redes inteligentes com o Inovgrid — um projecto chave, pois através da obtenção de informação na baixa tensão, permitirá a telecontagem e a telegestão em todas as redes. Isto é também um elemento fundamental para que possamos vir a integrar e gerir a microgeração e a introdução dos veículos eléctricos. Os veículos eléctricos também são uma área importante a desenvolver. Acreditamos que são o futuro para melhorar a qualidade de vida dentro das nossas cidades. Obviamente, para o veículo eléctrico funcionar precisa de energia eléctrica, e esse é o nosso negócio. É uma enorme oportunidade para a EDP, não só para fornecer electricidade, mas também para participar na cadeia de valor associada ao veículo eléctrico. Como dissemos, a inovação não é só tecnológica; já temos muitos exemplos de outras áreas de inovação, aqui na EDP. Podemos referir-nos a produtos como o MyEnergy, que proporciona aos nossos clientes a possibilidade de aderir à microgeração; o lançamento da factura electrónica; a prestação de serviços de eficiência energética aos nossos clientes; e também o programa ECO (que, deixem-me dizer, é completamente inovador). A EDP foi a primeira empresa, o ano passado, a distribuir mais de 650 mil lâmpadas eficientes. Outros exemplos de inovação são, por exemplo, na área da comunicação, a TV Corporativa, a edp ON, uma forma de comunicação completamente nova em todas as geografias do Grupo EDP; e, também na área do conhecimento, a WikiEDP, um repositório fundamental de conhecimento partilhado entre todas as pessoas da EDP. A inovação pode ser feita centralizadamente, mas deve ser fomentada a todos os níveis; para isso temos o projecto Clickidea, que já recolheu inúmeras sujestões. Não precisam de ser ideias absolutamente transformadoras ou tecnológicas, mas às vezes pequenas mudanças em processos, em modelos, permitem melhorar ou optimizar a nossa actividade. A inovação é algo que tem de estar imbuído na nossa cultura. Quanto aos clientes: Os clientes são, naturalmente, a razão de ser de todas as empresas. Para a EDP, os clientes têm que ser, cada vez mais, o centro das nossas atenções. O sector eléctrico está completamente aberto, mas a liberalização efectiva tem tardado a avançar. O avanço decisivo dar-se-á quando as tarifas acabarem. Como provavelmente já sabem, está previsto que as tarifas para todos os clientes de média, alta e muito alta tensão deixem de existir no dia 1 de Janeiro de 2010. Isto quer dizer que os clientes vão ter de escolher um comercializador. Uma boa carteira de clientes é indispensável para colocar um dos nossos produtos fundamentais, que é a produção de energia eléctrica. O mesmo se vai passar com o gás: as tarifas de gás estão também a terminar e, portanto, todos os clientes vão ficar no mercado livre. A EDP beneficia da condição extremamente favorável de ser um operador global: tem energia eléctrica, tem gás, e tanto pode fornecêlos em Portugal como em Espanha. A curto prazo, iremos seguramente também fazer ofertas duais aos nossos clientes. Deixem-me reforçar: os clientes são o nosso foco e por isso temos de constantemente desenvolver novos produtos e serviços para melhorar o relacionamento com eles. Para concluir, é absolutamente fundamental para nós o enfoque na inovação e no cliente porque estas são duas das peças chave que, juntamente com a actividade do ambiente e com a criação de valor, todos esperam de nós. São os factores fundamentais para sermos uma empresa verdadeiramente sustentável.”
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