GUERRA DO GOLFO II REUTERS
GUERRA DO GOLFO II FILIPE LUÍS • ENVIADO ESPECIAL Cai a noitinha em Azraq, uma espécie de Pegões, onde a estrada que vem de Amã, capital da Jordânia, se divide em dois braços, um em direcção à Arábia Saudita, a 90 quilómetros, o outro rumo a Al Karama (fronteira do Iraque), um pouco mais longe. Faltam, precisamente, oito horas para o primeiro ataque americano a Bagdad. É de Al Karama que regressamos, depois de um dia a comer pó e areia, tendo o Iraque à vista, a poucas centenas de metros. Tínhamo-lo visto todo o dia, num vaivém Com os refugiados JORDÂNIA A fronteira do inferno Agora que as bombas começaram a cair no Iraque, a linha que separa a Jordânia do país de Saddam pode parecer um ponto de esperança para os refugiados. Mas há, também, um inferno que os aguarda. Histórias da fronteira entre a ansiedade e a guerra incessante, naquela estrada estilo IP, uma semi-recta de quase 400 quilómetros a rasgar o deserto, uma peneplanície cheia de pedregulhos pretos, como que atingida por uma maré negra vinda de um mar inexistente. Tínhamos trocado sorrisos com os motoristas iraquianos daqueles autotanques de matrícula azul escura e inscrições em árabe, dezenas, centenas de autotanques, ou melhor dizendo, de camiões velhos, quase todos Mercedes, de focinho comprido, com tanques ferrugentos carregados de combustível em cima. São eles que asseguram os fornecinmentos de fuel iraquiano à Jordânia. Vêm FRONTEIRA DE KARAMA É o controlo possível, sob o olhar do rei Abdullah, da Jordânia cheios, regressam vazios, voltam no outro dia. Naquele telheiro de Azraq, à beira da estrada, os camionistas reúnem-se aos magotes. Cada camião que deveria regressar ao Iraque faz ali a sua pausa. Os homens trocam impressões. Paramos o carro, lançamos um salam, sorriem muito. Mas não falam inglês. Excepto, vagamente, um deles, que julgo perceber se chama Ahmed, e chegou a ter contacto com pessoal das Nações Unidas. Com alguma dificuldade, consigo entender que discutem se devem voltar esta noite ou esperar pela manhã. O ultimato de Bush expira antes que atinjam o destino, um ponto no 32 VISÃO 21 de Março de 2003 LEFTERIS PITARAKIS/AP
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