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Edição especial - Visão

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▲<br />

GUERRA DO GOLFO II A ofensiva<br />

COMO UM MURRO NOS QUEIXOS<br />

ras etapas» da libertação do Iraque.<br />

Depois do coro de protestos que se<br />

levantou em todo o mundo, do fracasso<br />

das batalhas diplomáticas, da retirada<br />

forçada da segunda resolução no<br />

Conselho de Segurança das Nações<br />

Unidas, a ideia com que se fica é que os<br />

planos de batalha foram alterados de<br />

forma a tentar garantir um início de<br />

guerra o mais limpo possível. A aposta<br />

foi mais na demonstração de força do<br />

que no peso ou no número de bombas<br />

despejadas.<br />

Como o Pentágono foi o primeiro a<br />

reconhecer, a guerra começou com<br />

uma tentativa de a substituir, com um<br />

pouco de sorte, por uma simples operação<br />

de eliminação de Saddam, em quase<br />

tudo semelhante à ordenada, em<br />

1999, por Bill Clinton contra Bin Laden,<br />

no Afeganistão. Era quase como<br />

ganhar a lotaria: vencer a guerra com<br />

um único tiro. Apenas com um míssil<br />

contra Saddam.<br />

Os estrategos do Pentágono chamaram-lhe<br />

«janela de oportunidade». Ao<br />

que parece, o ataque surpresa foi fruto<br />

de uma operação complexa que incluiu<br />

informações secretas, espionagem electrónica,<br />

acção de militares de operações<br />

especiais e uma tecnologia apura-<br />

Bagdad já está<br />

a arder<br />

No segundo dia da guerra, os iraquianos deitaram-se<br />

com Bagdad em chamas. Na quinta-feira,<br />

20, menos de 15 horas depois do primeiro<br />

assalto, uma segunda vaga de ataques<br />

com bombas anti-bunker e mísseis de cruzeiro<br />

Tomahawk guiados por satélite atingiu a<br />

cidade às 21 horas locais (18 horas em Lisboa),<br />

incendiando três edifícios governamentais.<br />

As explosões sucederam-se com intervalos<br />

de segundos, durante dez minutos. Um<br />

mar de chamas e espessas colunas de fumo<br />

eram visíveis na margem esquerda do rio Tigre,<br />

onde está situado o Ministério das Comunicações<br />

e do Planeamento. As chamas<br />

consumiram parte do edifício que alberga os<br />

escritórios do vice-presidente Tarek Aziz, e<br />

um outro, de quatro andares, situado junto<br />

de um palácio presidencial. Uma densa e negra<br />

coluna de fumo foi vista também por cima<br />

da refinaria de Al Dura, na zona sul da capital<br />

iraquiana. Os aviões voaram a baixa al-<br />

REUTERS/FALEH KHEIBER<br />

REUTERS/RUSSELL BOYCE<br />

da, que permitiu aos comandos militares<br />

alterarem, rapidamente, as coordenadas<br />

dos mísseis cruzeiro para um<br />

ataque preciso e directo contra o palácio<br />

onde se pensava que estivesse a<br />

dormir o líder iraquiano, os seus filhos<br />

Qusai e Odai, bem como grande parte<br />

da estrutura dirigente do regime. Saddam<br />

percebeu bem o objectivo desse<br />

ataque. E por isso apareceu, na manhã<br />

de quinta-feira, 20, na televisão iraquia-<br />

titude, mas de nada valeram os tracejados<br />

das antiaéreas que coloriram os céus nocturnos<br />

de Bagdad. De resto, o fogo defensivo<br />

iraquiano tem sido menos vigoroso do que<br />

aquele que se verificou às primeiras horas da<br />

‘ESTOU VIVO’<br />

Pouco depois do primeiro<br />

ataque, Saddam apareceu<br />

na televisão<br />

na, pouco tempo após as explosões.<br />

Apenas para provar que estava vivo.<br />

Apesar dessa aparição de Saddam na<br />

televisão, alguns militares norte-americanos<br />

continuavam a acreditar, ao fim<br />

do dia de quinta-feira, que tinham conseguido,<br />

pelo menos, debilitar a cadeia<br />

de comando iraquiana, minando-lhe o<br />

poder de coordenação.<br />

A reacção das forças de Bagdad limitou-se<br />

ao lançamento de alguns mísseis<br />

EM MISSÃO<br />

Um F-18 parte da base<br />

no Kuwait para o ataque<br />

primeira Guerra do Golfo, em Janeiro de<br />

1991. A última sirene soou à meia-noite, hora<br />

local, assinalando o fim do alerta aéreo. E<br />

toda a noite a televisão mostrou imagens de<br />

Saddam Hussein reunido com os membros<br />

10 VISÃO 21 de Março de 2003

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