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SUMÁRIO INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 16 1 O DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA NO BRASIL ... 24 1.1 O desenvolvimento do setor de autopeças......................................................................... 28 1.2 A formação da mão-de-obra.............................................................................................. 30 2 DA CRISE DO FORDISMO À REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA........................ 33 2.1 O neoliberalismo no Brasil................................................................................................ 41 2.2 O setor automobilístico brasileiro e os sindicatos em um contexto de reestruturação produtiva................................................................................................................................... 45 2.3 Do sindicalismo de confronto dos anos 1980 à postura propositiva dos anos 1990 ......... 55 3 Reestruturação produtiva na indústria baiana e a guerra fiscal nos anos 1990........... 59 3.1 A guerra fiscal e a instalação da Ford na Bahia ................................................................ 61 3.2 A Câmara Setorial do Complexo Automotivo .................................................................. 64 3.3 O Regime Automotivo Brasileiro...................................................................................... 68 3.4 O Regime Automotivo Especial ou Regional e o acirramento da guerra fiscal................ 69 4 A instalação da Ford na Bahia .......................................................................................... 77 4.1 O fracasso da Autolatina.................................................................................................... 79 4.2 O peso dos incentivos fiscais na decisão da montadora em se instalar na Bahia.............. 80 4.3 A Ford em Camaçari: expectativas, trabalho e lucros....................................................... 82 5 Os casos de LER no Complexo Industrial Ford Nordeste.............................................. 97 5.1 Saúde e trabalho no Brasil: uma pequena retrospectiva.................................................... 98 5.2 As Lesões por Esforços Repetitivos ................................................................................ 104 5.3 Trabalho e adoecimento no Complexo Industrial Ford Nordeste ................................... 110 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................... 127 REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 131
INTRODUÇÃO A crise do fordismo na década de 1970, marcando o fim de um ciclo de crescimento econômico e desenvolvimento social nos países da Europa ocidental e nos Estados Unidos, inaugurou uma era de significativas transformações no capitalismo, cujos efeitos puderam ser sentidos tanto na esfera do Estado – que perdeu consideravelmente seu poder de intervenção e regulação da economia, assim como a capacidade de continuar investindo na manutenção da rede de proteção social construída nos “trinta anos de ouro do capitalismo” – como na esfera do trabalho, que passou a ser o cenário de uma série de modificações na forma de organizar a produção e gerir a mão-de-obra. Essas mudanças tinham o objetivo de garantir a manutenção das taxas de acumulação das grandes corporações, em um contexto de acirramento da disputa intercapitalista por novos mercados, que se acentuara em razão de fatores como a elevação do preço do petróleo, com impactos significativos nos custos de produção, o advento das políticas de substituição de importações em alguns países do chamado terceiro mundo e a consolidação do processo de reconstrução da Europa e do Japão, dificultando a exportação de mercadorias para esses países. Em relação à indústria automobilística, a crise teve sua origem na forte concorrência das montadoras japonesas, que passaram a conquistar expressivas parcelas do mercado ocidental. A gestão da produção baseada no Toyotismo, que mais tarde seria rebatizada pelos americanos de “lean production” ou “produção enxuta” e que tinha como pilares a organização da produção a partir do final, ou seja, da demanda; a eliminação de “folgas” no processo; a existência de baixos estoques; o uso da terceirização e a polivalência da mão-de- obra, dentre outros fatores, conseguia garantir às fábricas japonesas um elevado grau de produtividade, com baixos custos de produção e qualidade superior aos automóveis fabricados no ocidente. Para reverter as quedas nas vendas, as montadoras européias e americanas passaram, então, a adotar, as técnicas utilizadas pelos japoneses, juntamente com um processo de reestruturação produtiva que incluiu o fechamento de plantas consideradas inviáveis e o investimento em tecnologia de ponta, que foi possível graças ao desenvolvimento da automação microeletrônica a partir da década de 1980.
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