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CAPÍTULO II<br />

DA CRISE DO FORDISMO À REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA<br />

Após a Segunda Guerra Mundial, os países do centro do capitalismo vivenciaram um período<br />

que passou a ser conhecido como “os trinta anos <strong>de</strong> ouro do capitalismo”. Tal período se<br />

caracterizou pela existência <strong>de</strong> um “gran<strong>de</strong> pacto” firmado entre capital e trabalho, sob<br />

mediação e supervisão do Estado. Apesar das especificida<strong>de</strong>s inerentes a cada país esse<br />

momento teve como principais características o crescimento dos salários da classe<br />

trabalhadora; baixas taxas <strong>de</strong> inflação; gran<strong>de</strong>s investimentos estatais no setor <strong>de</strong> segurida<strong>de</strong><br />

social; controle fiscal e monetário, por parte do Estado, com o objetivo <strong>de</strong> controlar os ciclos<br />

econômicos e garantir a taxa <strong>de</strong> lucrativida<strong>de</strong> das corporações, além <strong>de</strong> investimentos em<br />

setores como, educação, saú<strong>de</strong> e infra-estrutura (transportes, energia, etc.).<br />

Vale ressaltar que o fator <strong>de</strong>terminante <strong>para</strong> que o proletariado a<strong>de</strong>risse ao pacto foi a<br />

hegemonia conquistada pela corrente social-<strong>de</strong>mocrata no seio do movimento operário que,<br />

ao contrário da corrente revolucionária, pregava a conquista do Estado como forma <strong>de</strong><br />

implementar reformas estruturais com vistas a promover o bem estar da classe trabalhadora.<br />

Logo, <strong>para</strong> os social-<strong>de</strong>mocratas, as transformações na socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>veriam ser feitas por via<br />

institucional, no parlamento, através da participação do partido em eleições. Para Alain Bihr<br />

(2002), esse “fetichismo do Estado” que acometeu o proletariado, fez com que o movimento<br />

operário renunciasse à luta revolucionária, em troca da garantia <strong>de</strong> sua “segurida<strong>de</strong> social”.<br />

Renunciar à “aventura histórica”? É renunciar à luta revolucionária, à luta pela<br />

transformação comunista da socieda<strong>de</strong>; renunciar à contestação à legitimida<strong>de</strong> do<br />

po<strong>de</strong>r da classe dominante sobre a socieda<strong>de</strong>, especialmente sua apropriação dos<br />

meios sociais <strong>de</strong> produção e as finalida<strong>de</strong>s assim impostas às forças produtivas. É,<br />

ao mesmo tempo, aceitar as novas formas capitalistas <strong>de</strong> dominação que vão se<br />

<strong>de</strong>senvolver pós-guerra, ou seja, o conjunto das transformações das condições <strong>de</strong><br />

trabalho e, em sentido mais amplo, <strong>de</strong> existência que o <strong>de</strong>senvolvimento do<br />

capitalismo vai impor ao proletariado nesse período. (BIHR, 2002, p. 37).<br />

Ainda <strong>de</strong> acordo com Bihr, o movimento operário foi estrategicamente integrado à<br />

engrenagem <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r capitalista, mesmo possuindo certa autonomia e po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> pressão <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>de</strong>ssa relação. Essa integração resultou na transformação dos sindicatos em “estrutura<br />

mediadora do comando do capital sobre o proletariado”. Isso significa que durante o período<br />

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