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ase da chamada produção enxuta e o sloanista, adotado pela Volkswagen, com sucesso, a<br />
partir <strong>de</strong> 1974, que explorava as possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lucro num con<strong>texto</strong> <strong>de</strong> mercado em<br />
mudanças. Portanto, <strong>de</strong> acordo com esses autores,<br />
Não foram as qualida<strong>de</strong>s intrínsecas e intemporais <strong>de</strong> seus mo<strong>de</strong>los que geraram a<br />
performance <strong>de</strong>stas três firmas, mas, em primeiro lugar, a pertinência das estratégias<br />
<strong>de</strong> lucros <strong>de</strong>stes mo<strong>de</strong>los em relação aos “mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> crescimento e distribuição <strong>de</strong><br />
renda” <strong>de</strong> seus respectivos países, que o cenário internacional pós 1974 favoreceu.<br />
[...] Estiveram particularmente sintonizadas as firmas cuja estratégia <strong>de</strong> lucros se<br />
fundou, quer na “redução permanente dos custos com volume constante” como a<br />
Toyota, quer sobre a “inovação e a flexibilida<strong>de</strong>” notadamente na exportação como a<br />
Honda, seja sobre novas e substanciais economias <strong>de</strong> escala graças à<br />
internacionalização, a estandardização ampliada das plataformas dos mo<strong>de</strong>los e a<br />
compra <strong>de</strong> outras montadoras, como a Volkswagen. (Boyer e Freyssenet, 2000, p.<br />
19-20).<br />
In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do mo<strong>de</strong>lo adotado pelas montadoras <strong>para</strong> sair da crise, o que interessa mostrar<br />
são as conseqüências <strong>de</strong>ssas mudanças <strong>para</strong> o mundo do trabalho, principalmente <strong>para</strong> aqueles<br />
que estão no chão da fábrica e <strong>para</strong> o movimento sindical.<br />
No Brasil, além da <strong>de</strong>fasagem tecnológica, as montadoras <strong>aqui</strong> instaladas também estavam<br />
longe <strong>de</strong> alcançar uma posição <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque no cenário internacional, em relação às políticas<br />
<strong>de</strong> recursos humanos e gestão do trabalho, evi<strong>de</strong>nciando o caráter autoritário das chefias<br />
intermediárias. A forma <strong>de</strong> organização da produção e a postura <strong>de</strong> supervisores e gerentes<br />
<strong>de</strong>sestimulavam a cooperação entre os grupos e <strong>de</strong>scartava qualquer tipo <strong>de</strong> contribuição<br />
intelectual dos trabalhadores. Castro (ibid) mostra os resultados do estudo do IMVP em<br />
relação às relações <strong>de</strong> trabalho na indústria automotiva brasileira, cujas principais<br />
características eram:<br />
• Os mais baixos escores no que diz respeito ao envolvimento da mão-<strong>de</strong>-obra nas<br />
<strong>de</strong>cisões do processo produtivo;<br />
• A mais elevada diferença <strong>de</strong> status entre partícipes da produção, expressa pelos<br />
maiores diferenciais entre salários do mundo industrializado;<br />
• Elevada centralização do controle da qualida<strong>de</strong> em mãos <strong>de</strong> gerente, com pouca<br />
responsabilização do pessoal da operação;<br />
• Ausência <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> remuneração ligadas ao <strong>de</strong>sempenho<br />
• Escasso nível <strong>de</strong> treinamento dos trabalhadores.<br />
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