trabalhadores visando avançar nas questões relativas ao aumento salarial da categoria e à diminuição da jornada semanal <strong>de</strong> trabalho. O quinto e último capítulo também trata dos resultados obtidos na pesquisa <strong>de</strong> campo, mais especificamente das estatísticas relacionadas ao adoecimento por LER no CIFN e dos <strong>de</strong>poimentos <strong>de</strong> trabalhadores e sindicalistas em relação à ocorrência dos agravos à saú<strong>de</strong> dos metalúrgicos do complexo automobilístico. 23
CAPÍTULO I O DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA NO BRASIL A concessão <strong>de</strong> incentivos fiscais por parte do Estado <strong>para</strong> atrair montadoras <strong>de</strong> veículos não é uma estratégia nova na política industrial do Brasil, ao contrário, este método foi muito utilizado ao longo da história do país, principalmente e <strong>de</strong> forma mais sistemática, a partir do governo do presi<strong>de</strong>nte Juscelino Kubitschek (1956-1961). Vale salientar, porém, que antes mesmo do <strong>de</strong>sejo dos governos brasileiros <strong>de</strong> trazer <strong>para</strong> o país as gran<strong>de</strong>s montadoras se tornar uma espécie <strong>de</strong> obsessão, em razão do entendimento <strong>de</strong> que a presença <strong>de</strong>ssa indústria em terras brasileiras simbolizaria o ingresso da nação na era da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, a montagem <strong>de</strong> veículos já vinha sendo feita, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 1920, por empresas como Ford, General Motors e International Harvester, em galpões localizados na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo. Essas empresas importavam e montavam veículos <strong>completo</strong>s fabricados nos Estados Unidos, os chamados kits CKD (completely knocked down) que chegavam ao país pelo porto <strong>de</strong> Santos (CONCEIÇÃO, 2001, apud PINTO, 2006). Durante a Segunda Guerra Mundial, a importação <strong>de</strong> veículos era praticamente inexistente no Brasil. De acordo com Shapiro (1997), entre 1942 e 1945, apenas um reduzido número <strong>de</strong> veículos comerciais chegou ao país. Logo, a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> importar carros <strong>de</strong> passeios, em razão do conflito internacional, provocou uma elevação significativa na <strong>de</strong>manda reprimida <strong>de</strong>sse bem <strong>de</strong> consumo. Porém, com o fim da Guerra e a normalização das trocas comerciais, a partir <strong>de</strong> 1946, as importações <strong>de</strong> veículos <strong>de</strong> passeio atingiram números elevadíssimos, principalmente entre 1946 e 1948, superando as importações <strong>de</strong> trigo e petróleo. O aumento das importações começou a provocar o ressurgimento do déficit na balança comercial brasileira, fazendo com que, a partir <strong>de</strong> 1952, o governo Vargas tomasse uma série <strong>de</strong> medidas objetivando reduzir a importação <strong>de</strong> veículos e, por conseguinte, atenuar os resultados negativos na balança <strong>de</strong> pagamentos. Dentre as medidas tomadas <strong>de</strong>stacaram-se o aviso 288, <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1952, da Carteira <strong>de</strong> Exportação e Importação, do Banco do Brasil (Cexim), que proibia a importação <strong>de</strong> 104 grupos <strong>de</strong> componentes automotivos já produzidos no Brasil e o aviso 311, <strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1953, emitido pela recém-criada Carteira <strong>de</strong> Comércio Exterior, do Banco do Brasil (Cacex), que proibiu a 24
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LOURENÇO, Edvânia Ângela de Souz
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