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(materializada pelos protocolos taylorizados do estudo do tempo e dos movimentos),
enquanto meio principal de luta contra a resistência do sindicalismo de ofício à
racionalização do trabalho, tudo culminando e traduzindo-se finalmente no grande
conjunto de compromissos que constitui o Job Control System, no Japão, a via
seguida partiu das des-especialização dos trabalhadores qualificados por meio da
instalação de uma certa polivalência e plurifuncionalidade dos homens e das
máquinas, concretizada pelas recomendações conjuntas de “liberalização” da
produção, da “automação” e multifuncionalidade dos trabalhadores (CORIAT,
1993, p. 81).
É preciso assinalar, no entanto, que a mera presença dos automóveis japoneses no mercado
norte-americano, especificamente, não explicava por si só, a queda nas vendas de montadoras
como Ford, General Motors e Chrysler no mercado interno. Fatores como o fechamento do
mercado americano, que protegia as montadoras da concorrência externa; a falta de orientação
para o cliente; a inexistência de novidades e inovações tecnológicas, em razão da
uniformização dos padrões entre as “três gigantes” também contribuíram sobremaneira para a
perda de mercado dessas montadoras.
Ainda que até os anos 70 houvesse um crescimento contínuo dos volumes de
produção, todos os entrevistados, sem exceção, constatam uma estagnação do ponto
de vista da inovação, ao menos se comparada com o referencial atual, de forte
velocidade de mudança, em termos de tecnologia e de organização. Um dos
entrevistados aponta que o ciclo virtuoso do fordismo (crescimento da produção, do
emprego, do mercado, da produção) sustentou-se em função do crescimento
generalizado da economia americana do pós-guerra, e que isso contribuiu justamente
para que as empresas se acomodassem com a “solução adequada”, e não com a
“solução ótima”. (ZILBOVICIUS, 1997, p. 313).
Nesse momento de crise foi criado, nos Estados Unidos, com o apoio financeiro das
fabricantes ocidentais de automóveis, o International Motor Vehicle Program (IMVP)
idealizado por pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT), cujo principal
objetivo era auxiliar as montadoras européias e norte-americanas a recuperar a
competitividade internacional no setor automotivo. O programa pesquisou 90 montadoras em
15 países, estudando detalhadamente todos os passos da fabricação de carros e caminhões,
como a avaliação do mercado, projeto do produto, operação das fábricas individuais, venda e
assistência técnica. Após esses estudos, os pesquisadores concluíram que as técnicas baseadas
na produção em massa, caracterizadas pelos elevados estoques, existência de várias “folgas”
durante o processo, baixo investimento em treinamento de pessoal, uso de máquinas pouco
flexíveis, alto índice de peças com defeitos, limitada variedade de produtos e acentuada
integração vertical (incorporação de todas as funções ao quadro da empresa), eram os fatores
causadores da estagnação e crise das montadoras em questão.
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