18.04.2013 Views

Clique aqui para baixar o texto completo - Programa de Pós ...

Clique aqui para baixar o texto completo - Programa de Pós ...

Clique aqui para baixar o texto completo - Programa de Pós ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

das mesmas posições em relação ao Estado <strong>de</strong> Bem-Estar e ao New Deal americano se<br />

reuniam <strong>para</strong> pre<strong>para</strong>r as bases da doutrina neoliberal. Dentre os participantes <strong>de</strong>ssa socieda<strong>de</strong><br />

havia nomes como os <strong>de</strong> Milton Friedman, Karl Popper, Ludwig Von Mises e Michael<br />

Polanyi, entre outros. Como afirmamos anteriormente, o i<strong>de</strong>ário neoliberal permaneceu<br />

<strong>de</strong>sprestigiado por aproximadamente trinta anos, no entanto, com o advento da crise a partir<br />

do final da década <strong>de</strong> 1960, caracterizada pelas baixas taxas <strong>de</strong> crescimento e altas taxas <strong>de</strong><br />

inflação, as idéias neoliberais passaram a ganhar terreno. De acordo com An<strong>de</strong>rson (1995), os<br />

neoliberais afirmavam que as raízes da crise estavam localizadas no po<strong>de</strong>r excessivo dos<br />

movimentos sindicais que, ao manterem mobilizações constantes por reajustes salariais e<br />

pressionarem também o Estado pela manutenção dos gastos na área social, em um con<strong>texto</strong> <strong>de</strong><br />

crise, contribuíam <strong>para</strong> um processo <strong>de</strong> corrosão das bases <strong>de</strong> acumulação capitalista. Em<br />

1981, quando participava <strong>de</strong> um evento na Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Brasília, e foi questionado a<br />

respeito da relação entre capital, trabalho e direitos trabalhistas, em uma economia <strong>de</strong> tipo<br />

neoliberal, Hayek respon<strong>de</strong>u:<br />

Bem, haveria mais competição em ambos os lados e isto representaria um controle<br />

<strong>de</strong> caráter essencial. Penso que, <strong>de</strong> maneira geral, há muito maior competição agora<br />

do lado das empresas. E on<strong>de</strong> isto não funciona é, habitualmente, porque o governo<br />

criou certas restrições na área <strong>de</strong> competição. Do lado do trabalho [...] naqueles<br />

países com os quais estou familiarizado, o gran<strong>de</strong> obstáculo ao funcionamento <strong>de</strong><br />

uma economia <strong>de</strong> mercado é o monopólio existente na área trabalhista. Os<br />

privilégios que os sindicatos trabalhistas vêm usufruindo têm resultado, em larga<br />

escala, na exploração <strong>de</strong> trabalhadores por outros trabalhadores. Aqueles que <strong>de</strong>têm<br />

a posse dos empregos têm o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> fazer subir os salários em seu próprio<br />

benefício, mantendo fora os <strong>de</strong>mais. E eu penso que será do interesse dos lí<strong>de</strong>res da<br />

classe trabalhista remover tais monopólios na área do trabalho. E isto é que eu<br />

consi<strong>de</strong>ro mais urgente, no momento, na Inglaterra. Obviamente, trata-se, no caso,<br />

<strong>de</strong> um país arruinado economicamente pela força dos sindicatos trabalhistas.<br />

(HAYEK, 1981:47).<br />

Vale salientar que as formulações econômicas <strong>de</strong> Hayek têm bases predominantemente<br />

morais e filosóficas, pois, como afirma Wainwright (1998) “foram os argumentos filosóficos<br />

<strong>de</strong> Hayek e sua moralida<strong>de</strong> econômica e política intrínseca, mais que qualquer uma <strong>de</strong> suas<br />

soluções econômicas em particular que exerceram influência sobre as idéias <strong>de</strong> livre mercado<br />

entre ativistas <strong>de</strong>mocráticos liberais”. A proposta filosófica <strong>de</strong> Hayek é carregada <strong>de</strong> extremo<br />

individualismo, a ponto <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar a construção do conhecimento um atributo individual, e<br />

não um produto social. Além disso, em contraposição a John Stuart Mill e Jean-Jacques<br />

Rousseau, ele acreditava que o conhecimento é limitado e que, portanto, tudo que o indivíduo<br />

po<strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r está restrito ao círculo <strong>de</strong> que ele faz parte. Nota-se, conseqüentemente,<br />

que Hayek <strong>de</strong>sprezava o valor da interação social como algo fundamental <strong>para</strong> a construção<br />

37

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!