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No Brasil, esse processo se intensificou a partir da década <strong>de</strong> 1990, uma vez que algumas<br />
tentativas feitas nos anos 1980 não obtiveram êxito, principalmente em relação à aplicação <strong>de</strong><br />
algumas técnicas japonesas, como os Círculos <strong>de</strong> Controle <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> e o Controle<br />
Estatístico <strong>de</strong> Processo. Nos anos 1990, no entanto, observou-se uma maior aplicação das<br />
técnicas toyotistas, além do maior uso da automação em setores como pintura, funilaria e<br />
estamparia.<br />
Se por um lado essas inovações garantiram um ganho <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> e mo<strong>de</strong>rnização do<br />
processo produtivo, por outro, a reestruturação, juntamente com o processo <strong>de</strong> abertura da<br />
economia nos governos Fernando Collor e Fernando Henrique ocasionaram a eliminação <strong>de</strong><br />
parcela expressiva dos postos <strong>de</strong> trabalho na ca<strong>de</strong>ia automotiva provocando, em alguns casos,<br />
até o fechamento <strong>de</strong> fabricantes <strong>de</strong> autopeças nacionais, que não suportaram a concorrência<br />
dos fabricantes estrangeiros, tanto em termos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> como <strong>de</strong> preços. Essas<br />
transformações atingiram profundamente a organização sindical que, além <strong>de</strong> constatarem<br />
expressiva diminuição no número <strong>de</strong> afiliados, passaram a adotar uma postura mais<br />
“propositiva” na relação com o capital, em clara oposição à atuação reivindicativa e<br />
contestatória que marcou o movimento nas décadas <strong>de</strong> 1970 e 1980.<br />
Com o lançamento do Regime Automotivo Brasileiro (RAB) em 1995, o Brasil, quase<br />
quarenta anos <strong>de</strong>pois do início das operações das primeiras plantas automobilísticas, passou a<br />
atrair uma nova onda <strong>de</strong> investimentos no setor, direcionados <strong>para</strong> a construção <strong>de</strong> fábricas. A<br />
saturação dos mercados consumidores e os altos custos <strong>de</strong> produção na Europa e nos Estados<br />
Unidos fizeram as montadoras direcionarem seus investimentos <strong>para</strong> regiões on<strong>de</strong> pu<strong>de</strong>ssem<br />
encontrar mercados consumidores em expansão e disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra qualificada<br />
e barata. Além <strong>de</strong>sses fatores, vale ressaltar que o Regime Automotivo Brasileiro ou Novo<br />
Regime Automotivo (NRA) garantia uma série <strong>de</strong> incentivos fiscais às montadoras que<br />
<strong>de</strong>cidissem instalar suas fábricas no Brasil. A partir <strong>de</strong> então, os estados brasileiros passaram<br />
a oferecer uma série <strong>de</strong> benefícios adicionais <strong>para</strong> atrair tais investimentos, dando início à<br />
chamada “guerra fiscal”, cujo episódio mais conhecido diz respeito ao imbróglio entre a Ford<br />
e o recém eleito governo do estado do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, que teve como <strong>de</strong>sfecho a<br />
<strong>de</strong>sistência da montadora americana <strong>de</strong> se instalar na cida<strong>de</strong> gaúcha <strong>de</strong> Guaíba e a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong><br />
transferir o novo empreendimento <strong>para</strong> a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Camaçari, na Bahia.<br />
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