18.04.2013 Views

Clique aqui para baixar o texto completo - Programa de Pós ...

Clique aqui para baixar o texto completo - Programa de Pós ...

Clique aqui para baixar o texto completo - Programa de Pós ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

2.2 O setor automobilístico brasileiro e os sindicatos em um con<strong>texto</strong> <strong>de</strong> reestruturação<br />

produtiva.<br />

Como mostramos acima, a reestruturação produtiva insere-se no con<strong>texto</strong> das mudanças<br />

ocorridas no âmbito das empresas como forma <strong>de</strong> adaptação às transformações ocorridas no<br />

capitalismo a partir do final da década <strong>de</strong> 1960. No Brasil, a porta <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong>sse processo<br />

encontra-se na indústria automobilística.<br />

Como já foi dito, a partir na década <strong>de</strong> 1980 o setor automotivo brasileiro enfrentou um<br />

momento <strong>de</strong> crise, cuja saída, pelo menos <strong>de</strong> forma mais imediata, passava pela necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> alavancar as exportações <strong>de</strong> carros fabricados no Brasil. No entanto, os fabricantes <strong>de</strong><br />

veículos e autopeças enfrentavam diversos problemas, em razão da baixa competitivida<strong>de</strong><br />

brasileira nesse ramo industrial. Esses problemas iam da <strong>de</strong>fasagem tecnológica das<br />

montadoras <strong>aqui</strong> instaladas à falta <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong> no que diz respeito aos prazos <strong>de</strong><br />

entrega dos produtos. De acordo com Castro (1995).<br />

No caso das montadoras <strong>de</strong> veículos a mo<strong>de</strong>rnização dos processos produtivos,<br />

ocorrida a partir do início dos anos 80, respon<strong>de</strong>u, sobretudo, às políticas <strong>de</strong><br />

investimento dirigidas ao <strong>de</strong>senvolvimento dos chamados “carros mundiais”:<br />

Voyage/Fox, Monza, Escort, Uno. Organizar a produção em escala internacional<br />

havia sido a forma encontrada pelas matrizes <strong>para</strong> tentar fazer face à supremacia<br />

visível dos produtores japoneses. As crises econômicas que se suce<strong>de</strong>ram no Brasil a<br />

partir do início dos anos 80 induziram à exportação <strong>de</strong> parte consi<strong>de</strong>rável da<br />

produção <strong>de</strong> veículos. Isso estimulou a consolidação dos investimentos, quando<br />

menos <strong>para</strong> mo<strong>de</strong>rnizar a execução daquelas tarefas que asseguravam a qualida<strong>de</strong><br />

requerida pela competição internacional.<br />

Apesar disso, os estudos realizados no final dos anos 80 apontavam um nível ainda<br />

baixo <strong>de</strong> automação nas montadoras brasileiras, mesmo quando com<strong>para</strong>do ao<br />

alcançado pelos países ditos “em <strong>de</strong>senvolvimento”, como México e Coréia<br />

(FERRO, 1990 e 1992). Assim, o Brasil apresentou os menores índices <strong>de</strong><br />

robotização (robôs/veículo/hora) e as menores porcentagens <strong>de</strong> automação<br />

(participação das ativida<strong>de</strong>s automatizadas no volume total das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> solda,<br />

pintura e montagem final) encontrados pelo projeto “International Motor Vehicle<br />

Program” (IMVP) entre as noventa montadoras dos quinze países pesquisados<br />

(Womack, Jones e Roos, 1992; Ferro, 1990).<br />

Ainda <strong>de</strong> acordo com Castro (ibid) a <strong>de</strong>fasagem tecnológica das montadoras brasileiras podia<br />

ser percebida quando se levava em conta que no Japão, no período em análise, 86,2% das<br />

aplicações dos pontos <strong>de</strong> solda se faziam <strong>de</strong> modo automatizado, enquanto no Brasil essa<br />

porcentagem alcançava apenas 6,1%, valor sensivelmente inferior aos das montadoras<br />

instaladas no México, que chegavam a atingir 16,5%. A autora também enumera algumas<br />

45

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!