18.04.2013 Views

Academia Espírito-santense de Letras - Instituto Sincades

Academia Espírito-santense de Letras - Instituto Sincades

Academia Espírito-santense de Letras - Instituto Sincades

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ESTER ABREu vIEIRA DE OLIvEIRA<br />

CADEIRA 27<br />

| 28<br />

Como o sol <strong>de</strong> verão<br />

entrando no mar<br />

As teorias <strong>de</strong> recepção se fundamentam em um pressuposto <strong>de</strong> que as obras<br />

são objeto <strong>de</strong> algum tipo <strong>de</strong> acolhimento e o mais usual <strong>de</strong>les é a leitura. Mas<br />

o autor do texto não sabe quem o lerá, quem compartirá <strong>de</strong> suas experiências,<br />

<strong>de</strong> suas insatisfações i<strong>de</strong>ológicas, <strong>de</strong> seus prazeres e <strong>de</strong> suas epifanias.<br />

A cada momento, multiplicam-se as exigências pela prática <strong>de</strong> escrita<br />

e <strong>de</strong> leitura. Esta não só se faz nos livros, mas também em folhas <strong>de</strong><br />

documentos, em comunicações escritas, particulares ou públicas, com teor<br />

político ou amoroso, <strong>de</strong> formas amistosas ou questionadoras, com qualquer<br />

objetivo <strong>de</strong> comunicação (avisos, proibições, notícias, nomes <strong>de</strong> ruas,<br />

<strong>de</strong> praças e <strong>de</strong> avenidas, sinais <strong>de</strong> trânsito, etc.) quer estejam em placas, em<br />

papel, na tela ou nos meios eletrônicos.<br />

O nosso poeta condoreiro, Castro Álvares, em seu canto à América,<br />

valoriza o livro — “esse audaz guerreiro/ que conquista o mundo inteiro”<br />

em seu papel <strong>de</strong> fazer o povo pensar. Disse ele que “caindo n´alma” é como<br />

o germe “que faz a palma”, “é chuva que faz o mar”.<br />

Mas se por um lado, ler é imprescindível para estar-se no mundo,<br />

para tê-lo em seu po<strong>de</strong>r; por outro, escrever é necessário como meio <strong>de</strong> comunicação,<br />

como necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um <strong>de</strong>sabafo <strong>de</strong> sentimentos, como alívio<br />

para a angústia, como premissa <strong>de</strong> se comunicar com o outro, como guardião<br />

da memória <strong>de</strong> um povo ou, em situações práticas, como eficácia para<br />

alcançar melhores condições econômicas e um acesso social. E o escritor é<br />

bendito pelo poeta Castro Alves, porque “Éolo <strong>de</strong> pensamentos” fecunda o<br />

povo. E o ato <strong>de</strong> escrever é ainda um gerador <strong>de</strong> polêmicas: contra, sobre,<br />

a favor <strong>de</strong> algo, quer aludindo a fatos ou citando-os. Porém, só o bom texto<br />

persua<strong>de</strong> o leitor e lhe provoca sensações. A leitura aproxima quem lê <strong>de</strong><br />

quem escreve, ela é instigadora, se não o for, troque-a, pois não está exercendo<br />

a sua função.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!