Academia Espírito-santense de Letras - Instituto Sincades
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GETúLIO MARCOS PEREIRA NEvES<br />
CADEIRA 33<br />
| 42<br />
De livros,<br />
leituras e leitores<br />
Éinteressante notar a relação da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Vitória com as <strong>Letras</strong>. <strong>Aca<strong>de</strong>mia</strong>s<br />
<strong>de</strong> <strong>Letras</strong>, Grêmios Literários, grupos <strong>de</strong> escritores e ultimamente <strong>de</strong> leitores<br />
floresceram e florescem por aqui, como contraponto à conhecida falta <strong>de</strong><br />
interesse pelos livros e pela cultura em geral, infelizmente uma tendência<br />
contemporânea e não só no nosso querido “Brasil, país <strong>de</strong> todos”. No site <strong>de</strong><br />
relacionamentos Facebook, fui incluído, ultimamente, num grupo chamado<br />
“Que livro você está lendo”; <strong>de</strong> uma consulta ao site Tertúlia Capixaba<br />
(www.tertuliacapixaba.com.br), do escritor Pedro J. Nunes; relembro grupos<br />
<strong>de</strong> leitores que por aqui havia, em matéria do Jornal A Gazeta, <strong>de</strong> 8.06.2006,<br />
intitulada “Com versos, encontros e aquela prosa”.<br />
Entre nós, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a fundação, em Vitória, da Biblioteca Pública Estadual,<br />
em 1855, com a iniciativa <strong>de</strong> Brás da Costa Rubim – ou, melhor dizendo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
sua reorganização, em 1880, pelo presi<strong>de</strong>nte da Província Eliseu <strong>de</strong> Souza Martins<br />
– temos alguma espécie <strong>de</strong> dados dando conta do interesse pela leitura dos<br />
habitantes e visitantes da cida<strong>de</strong>. Na palestra que realizou sobre os 157 anos <strong>de</strong><br />
fundação da Biblioteca Pública Estadual, o escritor Reinaldo Santos Neves chamou<br />
a atenção para os relatórios <strong>de</strong> usuários dos serviços da instituição que,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1880, começaram a integrar os relatórios dos presi<strong>de</strong>ntes da Província.<br />
Esse fato atesta a importância que a instituição foi passando a ter a partir dos<br />
anos oitenta do século XIX e serve para mostrar a presença, entre nós, <strong>de</strong> letrados<br />
e <strong>de</strong> interessados na leitura, naqueles tempos provinciais, tratados na historiografia<br />
local e externa <strong>de</strong> forma tão pouco lisonjeira para o <strong>Espírito</strong> Santo.<br />
Mas a fundação da Biblioteca Pública não foi, cronologicamente, o<br />
primeiro passo na “ilustração”, por assim dizer, dos vitorienses: já em 1840,<br />
o Alferes Ayres Xavier <strong>de</strong> Albuquerque Tovar trouxe para aqui a nossa primeira<br />
tipografia, com o objetivo <strong>de</strong> publicar um jornal oficial. Os fatos são<br />
bem conhecidos: sob a direção <strong>de</strong> José Marcelino Pereira <strong>de</strong> Vasconcelos foi