18.04.2013 Views

4º. capítulo - Biblioteca da Floresta

4º. capítulo - Biblioteca da Floresta

4º. capítulo - Biblioteca da Floresta

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

VERÁS<br />

Acre, 4 de maio de 1939<br />

Verás, respondeu Laura, se orgulhosa,<br />

Pode ser a mulher que ama e receia!<br />

Parecendo­te altiva e desdenhosa,<br />

Desta paixão por ti trago a alma cheia!<br />

Feliz é quem odeia<br />

E extravasa o seu ódio em voz fogosa...<br />

E em seus próprios rancores se incendeia<br />

E calunia a amante virtuosa?<br />

Mas, eu sei que em tu’alma já resido<br />

Há muitos anos! E o que tenho sido<br />

Na tua vi<strong>da</strong>, serei sempre contra as injúrias,<br />

Mesmo atacado de ciúmes e de fúrias!<br />

Cobrisses­me de insultos e ain<strong>da</strong><br />

O meu amor por ti,<br />

Poeta, não fin<strong>da</strong>,<br />

Embora ciente que teu coração parti!<br />

O MEU MISTÉRIO<br />

(À LAURA)<br />

Ceará ­ Mirim, 1929<br />

Laura, depois de ouvir as minhas queixas,<br />

Estavas ilumina<strong>da</strong> e luminosa!<br />

Nas faces uma suplicosa rosa...<br />

Poeta,quero dormir, tu não me deixas!<br />

Não deixo! És mentirosa!<br />

Queres mais um soneto? Não te mexas,<br />

Acaricia, Laura, essas madeixas,<br />

Assim...ficarás bem mais formosa!<br />

Ora! Não sabes em que estou pensando...<br />

A vi<strong>da</strong>, disse Laura, me abraçando,<br />

Não pode ser por mim, lava<strong>da</strong> a sério!<br />

Sou a mulher, meu Poeta, que seduzes...<br />

Mas, não entendes nunca, nem traduzes,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!