4º. capítulo - Biblioteca da Floresta
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Eu creio que a mulher pode votar,<br />
Sem que, com isso, vá deixar de amar!<br />
Pouco entendo de leis, mas, me parece<br />
Que esse direito às <strong>da</strong>mas não falece.<br />
Eu iria mais longe, muito mais:<br />
Que votem racionais e irracionais!<br />
Teve razão o Imperador romano,<br />
Dos homens todos foi o mais humano.<br />
No Senado de Roma entra Incitatus,<br />
No credo entra também Pôncio Pilatos.<br />
Que mal nos veio dessa entra<strong>da</strong> franca?<br />
Isso causou a peste negra ou a branca?<br />
A Terra no seu giro continuou<br />
E nunca se rachou, nem se quebrou.<br />
Precisamos sair <strong>da</strong> atual rotina,<br />
É mister alargarmos a retina!<br />
Terei pela mulher feito o primeiro<br />
Juiz de Paz ou suplente de coveiro!<br />
Adeus! Aqui me pondo às suas ordens;<br />
Não tenha medo. Não farei desordens!<br />
Quando eu ficar completamente esperto<br />
Irei até aí vêlo de perto.<br />
Já sei que andou voando de avião,<br />
O céu é perto? É longe? É uma ilusão?<br />
Conseguiu, qual Bilac, ouvir estrelas?<br />
Lá pelos ares há mulheres belas?<br />
Se, porém, lá por cima é tudo macho,<br />
Eu vou me aproveitando cá por baixo...<br />
Desculpe a carta em versos mal rimados,<br />
Há outros bacharéis mais desastrados.