4º. capítulo - Biblioteca da Floresta
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Só os poetas são dons do universo...<br />
E, num simples soneto, ou num simples verso,<br />
Tudo aquilo que sentem vão mostrando!<br />
Se eu tivesse cem milhões de vi<strong>da</strong>s,<br />
Por milhões e milhões reproduzi<strong>da</strong>s,<br />
Oh! Laura continuarias me matando?<br />
PASSAS POR MIM<br />
Acre, 03 / 05 / 1939<br />
Passas por mim tão orgulhosa...Na<strong>da</strong><br />
Sou no teu coração? Pois eu queria<br />
Ser ao menos a humílima calça<strong>da</strong><br />
Que tu pisas, com força, todo dia!<br />
Mas, não me queres mal... Que se diria<br />
Se tu fosses tão fria e tão malva<strong>da</strong><br />
Que, desprezando a minha idolatria,<br />
Transformassesme em folha bem rasga<strong>da</strong>?<br />
Não! Tu és mais mulher do que pareces...<br />
Sabes amar e sabes fazer preces<br />
Pela felici<strong>da</strong>de de quem tanto te ama!<br />
Porque és, enfim, meu sonho ver<strong>da</strong>deiro,<br />
És meu amor primeiro e derradeiro<br />
E de minh’alma, Laura, a última chama!<br />
FALAM DE NÓS<br />
Rio Branco / Acre, 1928.<br />
Falam de nós como se fôssemos vis carniça<br />
Ao Criador ou à sábia Natureza!<br />
An<strong>da</strong>mos a cumprir esta sentença:<br />
Amamonos, os dois, com tal clareza!<br />
Amamonos com brilhos e riqueza<br />
E julgam que nenhum de nós dois pensa!<br />
E dizem muitos com tristeza imensa:<br />
Quem pensa assim é louco, com certeza!<br />
O nosso amor é um rico patrimônio...<br />
Por ele, desprezamos atitudes<br />
E zombamos até do matrimônio...