4º. capítulo - Biblioteca da Floresta
4º. capítulo - Biblioteca da Floresta
4º. capítulo - Biblioteca da Floresta
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Nota: Minha Laura, flor e espinho! Ando escrevendo feito um desvairado, precisando vencer as<br />
horas de tédio e esta louca sau<strong>da</strong>de...<br />
SONETOS INCOMPLETOS<br />
NÃO OUÇAS<br />
Não ouças, Laura, o que dizem. Tranca os ouvidos<br />
Que eu hei de te explicar pessoalmente<br />
Que o poeta que em verso te fala, a estranhos mente,<br />
Mas não mente jamais aos teus olhos tão queridos!<br />
Não te minto! Aos teus olhos obedientes<br />
Cumprirei mais ordens ou pedidos...<br />
Pedidos e ordens, tão bem acolhidos,<br />
Como se recebesse altos presentes!<br />
POBRE POETA<br />
Zombei dos seres puros, mais minúsculos,<br />
Exaltei até crimes, se maiúsculos,<br />
Com uma falta de senso incorrigível!<br />
Pobre Poeta! Tão frágil, que dominas,<br />
E quando queres, Laura, prendes e assassinas<br />
Com o gesto altivo e a mal<strong>da</strong>de incrível!<br />
Nota: Esses sonetos estão incompletos pela dificul<strong>da</strong>de de se ler, até com lupa, dos<br />
manuscritos de tio Juvenal. (LP)<br />
OUTROS SONETOS<br />
NÃO OLHES<br />
( À LAURA)<br />
Não olhes para os astros do infinito!<br />
Eu, por olhar o sol e olhar a lua,<br />
Fiquei, depois, fitando a imagem tua<br />
Como um escravo humilíssimo, contrito!<br />
Não soltei uma queixa, nem um grito,<br />
Nunca! A vagar na vi<strong>da</strong> pela rua,<br />
Ain<strong>da</strong> hoje o teu sorriso continua<br />
A consolar meu coração aflito!