4º. capítulo - Biblioteca da Floresta
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Embora intimamente convencidos,<br />
Rastejem na impotência dos vencidos.<br />
Tenhamos nós por muito natural,<br />
Tudo o que é grande, tudo o que é ideal.<br />
Ergamos, orgulhosos, nossas frontes,<br />
Fitemos dilatados horizontes!<br />
Deixemos que os perus fiquem no chão,<br />
Num círculo de giz ou de carvão.<br />
Águias, condores, conquistando espaços,<br />
Trocando beijos e estreitando abraços!<br />
E lá de cima, enfim, olhando o mundo<br />
Em erros e tolices, tão profundo!<br />
Basta que a gente diga apenas isto:<br />
“Perdoailhes, Pai”! Como já disse Cristo!<br />
E, eu, Bertha, não ser Rui para sau<strong>da</strong>rte!<br />
E, eu, Bertha, não ser Deus para alcançarte!<br />
DE PÉ<br />
Rio Branco / Acre, 1922<br />
Perdoa, se não estou ajoelhado<br />
E falo de pé, Laura, preciosa!<br />
Vi o que há de mais belo em cravo e rosa,<br />
Nos cheirosos jardins por onde fui passando!<br />
Vi meu caminho todo enluarado<br />
E no celeste azul e luminoso,<br />
A sombra de um anjo enciumado<br />
A me sorrir com porte altivo e vigoroso!<br />
Olhame! Quero a luz marcante<br />
Desses teus olhos, adora<strong>da</strong> amante.<br />
Olhame, Laura, assim bem fixamente.<br />
Lança os teus olhos sobre os meus para eu ficar<br />
Feliz, que logo após me purificar,<br />
Eu volto a ser teu poeta, teu somente!