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mundo, pois, com filhos ela <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser vazia e passa a ter uma sombra, vale dizer, se torna<br />

completa e feliz.<br />

“Realizar o sonho <strong>de</strong> casais, <strong>de</strong>ixando as famílias mais completas e felizes.”<br />

Ainda assim, a maternida<strong>de</strong> não apenas se impõem nas propagandas das clínicas como<br />

o <strong>de</strong>stino <strong>de</strong> todo casal, em particular, <strong>de</strong> toda mulher, mas ganha contornos <strong>de</strong> direito, como<br />

po<strong>de</strong>mos perceber na propaganda abaixo, retirada do site da clínica Matrix <strong>de</strong> Ribeirão Preto.<br />

“Todo casal tem o direito <strong>de</strong> ter filhos, ou pelo menos <strong>de</strong> usar <strong>de</strong> todos os métodos<br />

disponíveis para obtê-los.”<br />

A maternida<strong>de</strong> entra para a lista dos direitos sexuais e reprodutivos, como se a<br />

ausência <strong>de</strong> filhos fosse capaz <strong>de</strong> imputar sérios riscos a constituição física da mulher, porém,<br />

um direito transvestido porque no contexto <strong>de</strong>ssas clínicas, não está auferido a uma escolha,<br />

“filhos quando eu quiser, se eu quiser, é uma imposição da natureza. No entanto, o único risco<br />

que a infecundida<strong>de</strong>, voluntária ou não, evi<strong>de</strong>nciou provocar é a dor psicológica da mulher<br />

que não consegue lugar na or<strong>de</strong>m simbólica e social estabelecida ao não <strong>de</strong>finir-se enquanto<br />

mãe. Tal discurso acentua os processos <strong>de</strong> estigmatização que recaem sobre a mulher que opta<br />

por não ter filhos, ou que não os po<strong>de</strong> ter, e, que se vê cercada <strong>de</strong> informações que enaltecem<br />

e sacralizam a mãe, reforçando a anormalida<strong>de</strong> da mulher infecunda.<br />

A terceira chave versa sobre as questões relativas à saú<strong>de</strong> da mulher. Este objetivo foi<br />

apontado em apenas 2 clínicas. A pouca menção à saú<strong>de</strong> da mulher esclarece-nos que este não<br />

é o foco central das NTRc que visam regulamentar e normalizar os corpos fora da norma<br />

porque inférteis e não a<strong>de</strong>ntrar o terreno da saú<strong>de</strong> feminina ou das implicações que a alta taxa<br />

<strong>de</strong> medicalização impõem sobre seus corpos. Portanto, objetivos como o abaixo se<br />

apresentam enquanto minorias e estão, muitas vezes, relacionados a clínicas <strong>de</strong>dicadas a<br />

saú<strong>de</strong> da mulher e não somente aos tratamentos <strong>de</strong> reprodução assistida, como é o caso da<br />

clinica Clinimater <strong>de</strong> Santos, que realiza tratamento diversos para a mulher, incluindo o<br />

acesso as tecnologias reprodutivas.<br />

“Proporcionar através <strong>de</strong> tecnologia e <strong>de</strong>senvolvimento científico um atendimento <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong>, humano e personalizado, visando a saú<strong>de</strong> da mulher em primeiro lugar.”<br />

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