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universidade federal do paraná luiz filipe alves guimarães coelho ...

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seu argumento em certas partes <strong>do</strong> texto em que discorda das obras de Afonso<br />

X em senti<strong>do</strong> favorável a Portugal, e de “certas particularidades da lista de reis<br />

go<strong>do</strong>s e de reis de Leão e de Castela que nesse texto precede imediatamente<br />

a menção da data em que a Crônica se redigiu.” 44 Em tal lista se nota uma<br />

contagem <strong>do</strong>s reis de Castela e de to<strong>do</strong>s os reis de Portugal até o tempo de<br />

Afonso IV. Entretanto não havia uma contagem <strong>do</strong>s reis de Navarra e de<br />

Aragão, outros <strong>do</strong>is reinos de grande importância na Península Ibérica. É na<br />

elevação da importância dada a contagem <strong>do</strong>s reis de Portugal que se nota a<br />

parcialidade <strong>do</strong> autor. 45<br />

Cintra por sua vez irá realizar uma extensa análise “palavra por palavra”<br />

gramatical pelo texto, selecionan<strong>do</strong> diversos trechos onde se nota erros de<br />

redação que apontam para erros de tradução, como a “ultracorreção”, onde o<br />

tradutor corrige uma palavra que já estava certa; ou erros onde aparecem<br />

palavras ou frases sem senti<strong>do</strong> ou de senti<strong>do</strong> obviamente adultera<strong>do</strong>, marcas<br />

de uma má compreensão de partes de um texto que se quer traduzir; ou<br />

mesmo o aparecimento de formas caracteristicamente galego-portuguesas.<br />

Além da análise restrita a redação da obra, o filólogo também se baseia<br />

em evidências contextuais, partes <strong>do</strong> texto onde o autor demonstra um<br />

interesse particular pela história portuguesa e certa preocupação em defender<br />

qualidades ou personagens portugueses. Nesse senti<strong>do</strong> os argumentos de<br />

Cintra convergem com os de Bragança e demonstram uma série de trechos<br />

onde se nota tal parcialidade. Um <strong>do</strong>s quais seria o episódio da prisão de<br />

Afonso Henriques em Badajoz: Segun<strong>do</strong> a Primeira Crônica Geral (Baseada no<br />

Toledano) ao fugir das hostes de Fernan<strong>do</strong> II de Leão o rei português quebrou<br />

a perna no ferrolho de uma porta, é preso e oferece o seu reino e a sua pessoa<br />

ao rei leonês reconhecen<strong>do</strong> as culpas que Fernan<strong>do</strong> lhe atribuía. Este aceitou<br />

apenas o que achou justo e libertou Afonso para voltar para Portugal. Porém o<br />

rei português nunca mais pôde cavalgar graças ao ferimento na perna 46 .<br />

O acontecimento é narra<strong>do</strong> de maneira semelhante na Crônica de 1344,<br />

porém alguns detalhes chamam a atenção: Ao narrar as causas <strong>do</strong> ferimento<br />

na perna de Afonso Henríquez afirma que isto teria aconteci<strong>do</strong> “quan<strong>do</strong> ‘aquele<br />

44 Ibid, p. 45<br />

45 Ibid, p. 89<br />

46 Ibid, p. 90<br />

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