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universidade federal do paraná luiz filipe alves guimarães coelho ...

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historiográfico de Afonso X e que iam refundin<strong>do</strong> ou continuan<strong>do</strong> a Primeira<br />

Crônica Geral pon<strong>do</strong> ao seu alcance as fontes castelhanas que o conde teria<br />

usa<strong>do</strong> na redação da Crônica de 1344. Mais adiante, por volta de 1344, a<br />

situação privilegiada e a calma que dispunha necessários para dedicar-se a<br />

este tipo de empreendimento, além de sua atividade literária, de que são<br />

testemunhos a composição de alguma cantigas, a provável organização de<br />

uma coletânea de poesias e a compilação <strong>do</strong> Livro de Linhagens tornam o<br />

Conde de Barcelos a “pessoa mais indicada, no Portugal <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> quartel<br />

<strong>do</strong> século XIV, para a realização deste empreendimento”. 49<br />

O fato de a Crônica mostrar um notável grau de detalhes no que<br />

concerne à vida <strong>do</strong> conde e às situações que este esteve presente, toman<strong>do</strong><br />

sempre uma posição de justifica<strong>do</strong>ra ou legitima<strong>do</strong>ra das ações deste em<br />

momentos importantes de sua vida, como o seu posicionamento durante a<br />

Guerra Civil, apenas en<strong>do</strong>ssa a teoria de Cintra aumentan<strong>do</strong> a possibilidade de<br />

que Pedro Afonso seja, de fato, o autor a um grau suficiente para que minha<br />

pesquisa assuma a teoria como a mais plausível.<br />

E é a partir de tais idéias que podemos iniciar uma análise da Crônica<br />

Geral de Espanha, delinean<strong>do</strong> as evidências que o século de Pedro Afonso<br />

refletirá através de seus escritos.<br />

Primeiramente cabe evidenciar como a lenda de El Cid se encaixa em tal<br />

momento literário, sen<strong>do</strong> o herói, um exemplo de virtude e de capacidade<br />

bélica, um verdadeiro modelo <strong>do</strong> novo cavaleiro que aspiravam ser os jovens<br />

aristocratas. Por muitas vezes a Crônica elogia a habilidade de Rodrigo, seja<br />

durante as diversas batalhas ou ao lidar com outros nobres.<br />

É interessante, também, apontar que diferente de outras obras<br />

posteriores como o próprio Cantar de Mio Cid, Pedro Afonso não demonstra<br />

grande embaraço ao tratar das varias alianças que El Cid teria feito com os<br />

mouros. Muitas vezes esses são mostra<strong>do</strong>s como alia<strong>do</strong>s, companheiros e<br />

amigos. Entretanto não se deve cair no erro de crer que o autor teria retrata<strong>do</strong><br />

Rodrigo Diaz como um servo ou vassalo de reis mouros, o que poderia estar<br />

mais próximo da realidade, mas como um senhor. Isto pode ser nota<strong>do</strong> com o<br />

exemplo <strong>do</strong> episódio onde ao ver o castelo de Almenar cerca<strong>do</strong> por tropas <strong>do</strong><br />

49 Ibid. p. 189<br />

29

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