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para o papel. Cliff Robertson destacou-se. Cliff e eu nos demos bem<br />
desde o começo porque ele também tinha sido um repórter antes de<br />
virar ator. Ele nunca tinha sido um protagonista, mas ele me convenceu<br />
que podia ser Tolly. Minimizando sua aparência de galã, Cliff<br />
deu a Tolly um exterior tranquilo, pilotado internamente por uma<br />
alma torturada e sombria. Cliff acabou tendo uma baita duma carreira.<br />
Ele interpretou uma grande variedade de papéis, chegando a<br />
viver até John F. Kennedy em O Herói do PT-109 (PT 109, Leslie H.<br />
Martinson, 1963), e ganhou um Oscar por sua atuação em Os Dois<br />
Mundos de Charly (Charly, Ralph Nelson, 1968). Mas eu me arrisco<br />
a dizer que Cliff nunca teve outro papel que fosse tão perturbador<br />
quanto meu Tolly.<br />
De todas as muitas críticas e análises de A Lei dos Marginais<br />
que apareceram ao longo dos anos, uma permanece comigo. Ela<br />
chegou a mim através de fofoca hollywoodiana, uma observação que<br />
um gângster real aparentemente fez para seus colegas sobre a ofuscante<br />
obsessão de Tolly para vingar a morte de seu pai.<br />
“Ah, se o meu filho”, disse o chefe da máfia, “tivesse esse tipo de<br />
afeição por mim!”<br />
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