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3. Ciclo Pascal 3.1. Evolução dos quatro primeiros séculos

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comportamento de serviço mútuo” 8 .<br />

Para o momento da Apresentação <strong>dos</strong> Dons, o Missal Romano prevê que se faça procissão<br />

<strong>dos</strong> dons e que nela se incluam ofertas <strong>dos</strong> fiéis para os pobres. A acompanhar tal procissão,<br />

excepcionalmente, o Missal propõe um cântico: o hino Ubi Caritas (ou em Português Onde haja<br />

caridade e amor, Onde há caridade verdadeira).<br />

“É recomendável que o sacerdote, no momento da Comunhão, entregue, da mesa<br />

do altar, a Eucaristia aos diáconos ou acólitos ou outros ministros extraordinários,<br />

os quais a levarão depois aos enfermos que comungam em sua casa” (Missal).<br />

Esta celebração é ainda marcada pela solene trasladação do Santíssimo Sacramento para<br />

um lugar conveniente: “Terminada a oração depois da Comunhão, organiza-se a procissão,<br />

com círios e turíbulo fumegante, indo à frente o cruciferário, e leva-se o Santíssimo<br />

Sacramento, através da igreja, para o lugar da reposição” (Carta Circular n. 54: EDREL<br />

3164). Durante muito tempo, esta trasladação entendeu-se como o levar o Senhor para o sepulcro. E<br />

deu-se mesmo a forma e o nome de túmulo ou sepulcro aos sacrários provisórios para onde se fazia<br />

a trasladação. Ora, a presença eucarística é sempre presença do Senhor ressuscitado. Por isso se<br />

proibe esse costume: “O tabernáculo ou o cibório não deve ter a forma de sepulcro. Evite-se<br />

mesmo a expressão «sepulcro»: com efeito, a capela da reposição é preparada não para<br />

representar «a sepultura do Senhor», mas para conservar o pão eucarístico para a<br />

Comunhão, que será distribuída na Sexta-feira da Paixão do Senhor” (Carta circular n. 55:<br />

EDREL 3165).<br />

Os fiéis são convida<strong>dos</strong> a ficar em adoração durante algum tempo.<br />

Terminada a celebração, desnuda-se o altar, porque a Eucaristia só voltará a celebrar-se<br />

naquele altar na Vigília <strong>Pascal</strong>.<br />

<strong>3.</strong>2.2. Celebração da Paixão do Senhor - Sexta-feira Santa<br />

A designação latina deste dia é «feria VI in Passione Domini». Como o nome indica, a<br />

sexta-feira santa é um dia inteiramente centrado na Cruz e na morte de Cristo. A sexta-feira santa é<br />

um dia alitúrgico: dia em que não se celebra a Eucaristia e que nunca conheceu celebração<br />

eucarística. Aliás, na sexta-feira santa e no sábado santo não há celebração de nenhum sacramento,<br />

com excepção da Penitência e Unção <strong>dos</strong> doentes: É estritamente proibido celebrar neste dia<br />

qualquer sacramento, excepto os da Penitência e da Unção <strong>dos</strong> doentes (Carta circular 61:<br />

EDREL 3171). A principal celebração da Sexta-feira Santa – a celebração da paixão - é,<br />

fundamentalmente, uma ampla Liturgia da Palavra, que culmina com a adoração da Cruz e termina<br />

com a Comunhão. É importante ter esta estrutura presente, para percebermos o que é mais<br />

importante: a leitura da Palavra de Deus, sobretudo da Paixão, e a adoração da Cruz.<br />

A nível histórico, vimos atrás o relato de Etéria (Egéria), que mostra a forma como em<br />

Jerusalém, no século IV, se celebrava este dia. Tratava-se fundamentalmente de uma liturgia da<br />

Palavra, a que se seguia a veneração da cruz. Ora em Roma, onde se conservava parte do santo<br />

lenho da Cruz introduziu-se posteriormente um costume semelhante ao descrito por Egéria, como<br />

testemunha o Ordo XXIII (700-750). A descrição desse Ordo manifesta a influência oriental na<br />

introdução deste rito na liturgia romana, o que não será de estranhar, uma vez que os Papas<br />

contemporâneos da entrada deste rito na liturgia romana eram orientais: de João V (685-686) ao<br />

pontificado de Zacarias (741-752). A questão histórica mais complexa não é contudo a introdução<br />

da adoração da Cruz nesta celebração, mas a questão da comunhão, que veremos no momento<br />

próprio.<br />

8 X. BASURKO, Para compreender a Eucaristia, Gráfica de Coimbra 2, Coimbra s.d., 134.<br />

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