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3. Ciclo Pascal 3.1. Evolução dos quatro primeiros séculos

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Baptismo, se acenda na sua chama a vela <strong>dos</strong> baptiza<strong>dos</strong>. Na celebração das exéquias o<br />

círio pascal deve ser colocado junto do féretro, para indicar que a morte é para o cristão a<br />

sua verdadeira Páscoa. Fora do tempo da Páscoa, o círio pascal nem deve acender-se<br />

nem conservar-se no presbitério. (Carta circular 99: EDREL 3209)<br />

<strong>3.</strong><strong>3.</strong> Tempo <strong>Pascal</strong><br />

José FERREIRA, Os Mistérios de Cristo na Liturgia, SNL, Fátima 1998, p. 126-139 [originalmente<br />

publicado no Boletim de Pastoral Litúrgica n. 33-34 (1984) 9-27].<br />

O TEMPO PASCAL NA TRADIÇÃO DA IGREJA<br />

Introdução<br />

[...] O Tempo <strong>Pascal</strong> é o prolongamento do terceiro dia do Tríduo <strong>Pascal</strong>, o Domingo da<br />

Ressurreição, prolongamento que se estende por oito Domingos, uma verdadeira oitava de<br />

Domingos. É o espaço de 50 dias, o «laetissimum spatium» 10 , o tempo da grande alegria, como o<br />

designaram os nossos antepassa<strong>dos</strong> na fé.<br />

I. – DO PENTECOSTES JUDAICO AO TEMPO PASCAL CRISTÃO<br />

1. Os nomes<br />

[...] O nome primitivo dado pelos cristãos aos 50 dias pelos quais se prolonga a alegria da<br />

Ressurreição, por estranho que isso nos possa parecer, foi Pentecostes, palavra grega que significa<br />

quinquagésimo.<br />

Entre os judeus, a palavra Pentecostes designa, já desde longa data, a festa do<br />

quinquagésimo dia depois da sua festa da Páscoa. Deste modo, Pentecostes é palavra que aparece<br />

com dois senti<strong>dos</strong>: entre os judeus, designa um só dia de festa, a sua festa do Pentecostes, 50 dias<br />

depois da sua Páscoa; entre os cristãos, Pentecostes designava o espaço de 50 dias festivos, desde o<br />

Domingo de Páscoa até ao Domingo que hoje chamamos Domingo de Pentecostes. A designação<br />

«Pentecostes», aplicada apenas ao Domingo de Pentecostes, vem já de há <strong>séculos</strong>, e o Calendário<br />

agora reformado não voltou a aplicá-la ao Tempo <strong>Pascal</strong>; no entanto, ela aparece ainda, por vezes,<br />

para designar todo esse Tempo. [...]<br />

O nome grego «Pentecostes» não foi normalmente traduzido para latim. Todavia, nas Gálias,<br />

usou-se, por vezes, o nome de Quinquagesima, que traduz o grego Pentecostês, porque os cristãos<br />

da Gália não usavam o grego mas o latim. Coisa semelhante viria a acontecer com a palavra<br />

Quadragesima, que, sendo um numeral, veio a significar um tempo de 40 dias, a Quaresma.<br />

2. O Pentecostes judaico<br />

O judaísmo não conheceu, portanto, nada de semelhante ao Tempo <strong>Pascal</strong> da Igreja cristã.<br />

Conheceu, sim, a festa do Pentecostes, festa de um só dia, como vimos, por vezes de dois, celebrada<br />

cinquenta dias depois da Páscoa. É nessa festa que os Actos <strong>dos</strong> Apóstolos colocam a vinda do<br />

Espírito Santo sobre os Apóstolos.<br />

A festa judaica do Pentecostes é referida na Sagrada Escritura em vários lugares, como uma<br />

das grandes festas do calendário de Israel; e nem sempre com a mesma significação:<br />

a) no Êxodo (23, 16), é chamada festa da colheita, festa das primícias do trabalho, «daquilo<br />

que semeaste no campo»;<br />

10 TERTULIANO, De Bapt. 19, 2.<br />

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