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O processo de criação do Curso Normal no Instituto - Faculdade de ...

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Um exemplo enfático é a <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> LOPES (2006) em sua pesquisa sobre a sua<br />

volta ao ISERJ como <strong>do</strong>cente, já que, anteriormente, tinha si<strong>do</strong> aluna da instituição,<br />

<strong>de</strong>monstran<strong>do</strong> <strong>no</strong> presente a mesma consciência construída em um passa<strong>do</strong> remoto:<br />

(...) Fiquei perplexa ao observar a formação <strong>do</strong>s estudantes <strong>no</strong> pátio com seus<br />

uniformes tradicionais, e mais ainda com a entrada <strong>do</strong> pelotão da ban<strong>de</strong>ira,<br />

ostentan<strong>do</strong> tanta importância e orgulho. Aparentemente, muito pouco havia<br />

muda<strong>do</strong>. (...)<br />

Os primeiros acor<strong>de</strong>s <strong>do</strong> hi<strong>no</strong> da escola (...) remeteram-me <strong>de</strong> vez para o passa<strong>do</strong>.<br />

Não sabia em que fresta da minha memória ele ficara guarda<strong>do</strong> durante to<strong>do</strong>s<br />

aqueles a<strong>no</strong>s, mas o fato é que os versos brotaram inteiros, <strong>de</strong> uma só vez. Cantei<br />

com tal entusiasmo que atraí olhares <strong>de</strong> alguns colegas, perceben<strong>do</strong> então que<br />

estávamos toma<strong>do</strong>s pela mesma emoção. (LOPES, 2006, p.22)<br />

Também, VIDAL (2001), em seu livro 8 , explorou o rico universo simbólico <strong>do</strong><br />

―<strong>Instituto</strong> <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro‖ na primeira meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> século XX, <strong>de</strong>screven<strong>do</strong> a grandiosida<strong>de</strong><br />

que fora sonha<strong>do</strong>, pretendi<strong>do</strong> para aquele espaço e materializa<strong>do</strong> <strong>no</strong> projeto arquitetônico e<br />

infraestrutura inicial, como a biblioteca e os laboratórios monta<strong>do</strong>s na época. Do mesmo<br />

mo<strong>do</strong>, ACCÁCIO (1993; 2008) <strong>de</strong>screveu <strong>de</strong>talhadamente ―o caráter monumental‖ <strong>do</strong> prédio<br />

<strong>do</strong> ―<strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> Educação <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro‖, atual ISERJ/FAETEC/SECT-RJ e <strong>de</strong> como<br />

essa ―construção neoclássica‖ representou os anseios <strong>de</strong> uma classe social em expansão,<br />

<strong>de</strong>signada pela autora como classe média, <strong>no</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro, a partir <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong> burguês <strong>no</strong> Brasil 9 . Pensa<strong>do</strong> por Fernan<strong>do</strong> <strong>de</strong> Azeve<strong>do</strong> durante o perío<strong>do</strong> em que<br />

ocupou a Diretoria <strong>de</strong> Instrução Pública <strong>do</strong> Distrito Fe<strong>de</strong>ral (1927-1930), a construção <strong>de</strong>sse<br />

prédio objetivou<br />

(...) construir um edifício que tivesse a verda<strong>de</strong>ira majesta<strong>de</strong> para a instalação<br />

da Antiga Escola <strong>Normal</strong> (...). Dessa forma, a construção <strong>do</strong> edifício representa<br />

um movimento claro e concreto <strong>no</strong> senti<strong>do</strong> da preocupação <strong>do</strong>s reforma<strong>do</strong>res com<br />

a melhoria da formação <strong>do</strong> professor. Simboliza, na grandiosida<strong>de</strong> das linhas e<br />

espaços, o quanto se pretendia, ou se esperava, <strong>de</strong>ssa melhoria.<br />

(...) A construção <strong>de</strong> um palácio, especialmente num momento <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s<br />

financeiras oriundas da Depressão Econômica Mundial 1929-1933 (...), arrosta a<br />

crítica e a polêmica e marca o peso que se <strong>de</strong>seja dar o espaço escolar. Caracteriza a<br />

intenção <strong>de</strong> criar <strong>no</strong>vos sentimentos diante da escola (...) [grifo meu] (ACCÁCIO,<br />

1993, p.74-78).<br />

Outra pesquisa que ressaltou o significa<strong>do</strong> histórico que revestiu o<br />

ISERJ/FAETEC/SECT-RJ, o seu imponente prédio e a tradição que daí <strong>de</strong>corre é a <strong>de</strong><br />

BALASSIANO (2005). Através <strong>de</strong> entrevistas realizadas com <strong>de</strong>z professoras da Re<strong>de</strong><br />

Municipal <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro que concluíram o curso <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> professores ministra<strong>do</strong><br />

nessa instituição, <strong>no</strong> perío<strong>do</strong> anterior à LDB/96 (Quadro 1- ANEXO 1) na instituição, o curso<br />

8 Origina<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> em educação. Cf. VIDAL, D.G . O exercício disciplina<strong>do</strong> <strong>do</strong> olhar:<br />

livros, leituras e práticas <strong>de</strong> formação <strong>do</strong>cente <strong>no</strong> <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> Educação <strong>do</strong> Distrito Fe<strong>de</strong>ral (1932-1937). Tese <strong>de</strong><br />

Doutora<strong>do</strong> em Educação. Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, Departamento <strong>de</strong> Educação, 1995.<br />

9 Para isso, retoma a discussão <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong> Burguês Brasileiro <strong>de</strong>senvolvida por IANNI, O. Esta<strong>do</strong> e<br />

planejamento econômico <strong>no</strong> Brasil. 5ª ed. Rio <strong>de</strong> janeiro, Civilização Brasileira, 1991.<br />

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