O processo de criação do Curso Normal no Instituto - Faculdade de ...

estudantes, além de seus visitantes: Normal Superior / Pedagogia -FAETEC (62 membros) e
Anormal Superior (58 membros). Além desse suporte virtual, utilizei-me dos dados colhidos
em relatos escritos dos alunos em diversos suportes materiais (sítios e/ou comunidades
virtuais, produção textual escrita em papel de forma espontânea; em jornais dos alunos de
circulação interna) durante o período de observações da pesquisa (2005 a 2009).
Durante o período de observação da pesquisa, constatei que a idade dos alunos do
CNS/ISERJ variava de 20 a 60 anos, sendo que a maior parte deles tinha de 40 a 50 anos.
Esses discentes eram oriundos, em sua maioria, de bairros da periferia do Rio de Janeiro ou da
Baixada Fluminense. Trabalhadores, que exerciam ofícios ou funções como: operários;
comerciários; artesãos; operadores de telemarkenting; caixas de supermercados, merendeiras
da Rede de Educação Pública (Estadual ou Municipal); militares subalternos (soldados, cabos
e sargentos) em busca de promoção ao oficialato, através de um curso superior; aposentados;
empregadas domésticas, faxineiras, babás e diaristas; donas-de-casa, dentre outros. Em sua
maioria, mulheres (na proporção de vinte, para um homem), possuíam renda familiar, que
variava de meio/um a cinco salários mínimos.
Devido à cumplicidade dos diferentes mecanismos sociais (mídia, pesquisas, dentre
outros), com o reconhecimento simbólico do nome do antigo Instituto de Educação,
relacionado à antiga Escola Normal da Corte por várias esferas sociais, esses alunos tendiam
a se apegar no valor nominal e subjetivo da formação empreendida naquela instituição, a fim
de garantir alguma oportunidade objetiva, ainda que vivenciassem a precariedade do curso.
Assim, foi possível afirmar que a maioria dos estudantes fez a opção pelo CNS/ISERJ como
uma alternativa mais fácil para o acesso ao nível superior. Desse modo, a escolha dos
discentes pelo CNS/ISERJ foi pragmática: a busca da melhora das condições de vida por
intermédio do ensino superior que se podia ter.
Ocorreu, para esses alunos, um desenvolvimento do senso prático relativo ao que era
possível alcançar, bem como ao que era inacessível. Tal suposição foi reafirmada pelos
resultados do último processo de seleção do vestibular para o CNS/ISERJ, realizado em 2007.
Durante o processo de reclassificação, o último candidato, ao entrar para o curso, obteve
quatro notas 0 (zero), no vestibular, nas diferentes áreas avaliadas (Português, Matemática,
História, dentre outros) ocupando, então, os mesmos bancos escolares que intelectuais, como
Cecília Meireles.
Desse modo, o discurso ufanista sobre o CNS/ISERJ tinha privilégio nessas
comunidades virtuais. Tanto que o perfil dos participantes descrito na comunidade virtual
destinada aos discentes do CNS/ISERJ era o seguinte: ―criado para reunir alunos do Curso
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