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O processo de criação do Curso Normal no Instituto - Faculdade de ...

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<strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res, limtan<strong>do</strong>-se à ação constitucional e parlamentar, estimulan<strong>do</strong> o<br />

―aburguesamento‖ da classe trabalha<strong>do</strong>ra, seus parti<strong>do</strong>s e sindicatos. (I<strong>de</strong>m, Ibi<strong>de</strong>m)<br />

Essa forma po<strong>de</strong> ser i<strong>de</strong>ntificada, atualmente, como social-liberalismo, conceituação<br />

que, mais claramente, expressa a retomada <strong>do</strong> projeto burguês na medida em que, por um<br />

la<strong>do</strong>, mantém as premissas básicas <strong>do</strong> liberalismo, e por outro, recupera elementos centrais <strong>do</strong><br />

reformismo social-<strong>de</strong>mocrata, ―apresentan<strong>do</strong>-se inclusive, como uma ‗social-<strong>de</strong>mocracia<br />

mo<strong>de</strong>rniza<strong>do</strong>ra‘ ‖. (LIMA, 2005, p. 178)<br />

É importante <strong>de</strong>stacar que Florestan não formulou uma ―teoria da <strong>de</strong>pendência‖. Ao<br />

contrário, conforme argumenta CARDOSO (1996, 1997), sua construção <strong>de</strong> capitalismo<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte constituiu-se em uma contribuição à teoria <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento capitalista. Desse<br />

mo<strong>do</strong>, o teórico negou as proposições <strong>de</strong> sub<strong>de</strong>senvolvimento ligadas ao atraso <strong>do</strong>s <strong>processo</strong>s<br />

sociais (como os <strong>de</strong> urbanização, <strong>de</strong> industrialização, <strong>de</strong>ntre outros), assim como as propostas<br />

<strong>de</strong>correntes <strong>de</strong>stas supostas explicações, como a da superação <strong>do</strong> sub<strong>de</strong>senvolvimento, através<br />

da aceleração <strong>do</strong> crescimento econômico. Isso porque, antes <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>, o que nós, os marxistas,<br />

temos estuda<strong>do</strong> é o capitalismo e a busca <strong>de</strong> formas <strong>de</strong> superação <strong>de</strong>ssa or<strong>de</strong>m mundial, para a<br />

construção <strong>de</strong> uma outra socieda<strong>de</strong>, para ―além <strong>do</strong> capitalismo.‖ (MÉSZÁROS, 2003)<br />

A manutenção <strong>de</strong>sse padrão <strong>de</strong> capitalismo e <strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> formação <strong>do</strong>cente tem<br />

si<strong>do</strong> garantida, na ―superestrutura‖ (GRAMSCI, v.3, 2007; MARX1977/1859), pelo i<strong>de</strong>ário<br />

da busca pela elevação <strong>do</strong>s índices <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong> e da ampliação <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho,<br />

concretiza<strong>do</strong>s por discursos e enuncia<strong>do</strong>s, que têm sedimenta<strong>do</strong> a formação da consciência<br />

<strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res para a competência, a competitivida<strong>de</strong> e a manutenção da or<strong>de</strong>m.<br />

As crises sistemáticas <strong>do</strong> capitalismo, que constituem uma contradição insolúvel <strong>de</strong>ste<br />

sistema, tornam a contrarrevolução, concebida como um conjunto <strong>de</strong> ações políticas e<br />

econômicas realizadas pela burguesia para garantia da reprodução <strong>do</strong> projeto burguês <strong>de</strong><br />

sociabilida<strong>de</strong>, um <strong>processo</strong> permanente, que ora se materializa em práticas ostensivamente<br />

repressivas e autoritárias, ora se metamorfoseia e recicla-se, através <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocracia<br />

restrita, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as diferentes configurações históricas da luta <strong>de</strong> classes. Conforme<br />

(FERNANDES, 1980 a), esta ―contrarrevolução em escala mundial‖, caracterizada como uma<br />

―contrarrevolução preventiva‖ está sen<strong>do</strong> possível como conseqüência da ―revolução das<br />

técnicas contrarrevolucionárias‖ (ibid, p.84) realizada pela burguesia ―para o enfrentamento<br />

<strong>de</strong> suas crises e a conversão <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> à sua imagem e semelhança‖ (LIMA 2005, p.176).<br />

Daí, a relevância da compreensão da categoria elaborada por FERNANDES (1968) <strong>de</strong><br />

―hetero<strong>no</strong>mia cultural‖ como um padrão <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte que organiza ―a <strong>do</strong>minação externa a<br />

partir <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro e em to<strong>do</strong>s os níveis da or<strong>de</strong>m social, perpassan<strong>do</strong> a educação, a<br />

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