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O processo de criação do Curso Normal no Instituto - Faculdade de ...

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<strong>de</strong>corrência disso, as instituições <strong>de</strong> educação pública passaram a ser exigidas, a partir <strong>de</strong><br />

<strong>processo</strong>s avaliativos em to<strong>do</strong> o território nacional e em to<strong>do</strong>s os níveis <strong>de</strong> ensi<strong>no</strong>, em uma<br />

tentativa <strong>de</strong> estabelecer um ranking das instituições públicas a serem financiadas ou<br />

facilitadas por convênios e parcerias com a iniciativa privada e com o chama<strong>do</strong> Terceiro Setor<br />

(ONGs, OSCIPs 13 ). (FREITAS, 1999; MELO, 1999; LUCAS e LEHER 2001; SHIROMA &<br />

EVANGELISTA 2003, 2004; LIMA, 2005; AGUIAR et al, 2006; OLIVEIRA, 2008).<br />

Esse contexto me permitiu situar o problema em outros termos: compreen<strong>de</strong>r a<br />

formação <strong>do</strong>cente em um contexto <strong>de</strong> ―mudança <strong>do</strong> padrão <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência‖ (FERNANDES,<br />

1989) pelo aprofundamento <strong>do</strong> capitalismo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte (FERNANDES, 1968; 1975; 1975 a)<br />

examinan<strong>do</strong> as <strong>no</strong>vas conformações institucionais propiciadas pela <strong>no</strong>va LDB (Quadro 1-<br />

ANEXO 1), entre as quais teve <strong>de</strong>staque o <strong>Curso</strong> <strong>Normal</strong> Superior (CNS), e as contradições<br />

engendradas pela prática da formação aligeirada <strong>de</strong>sse curso. Foi, nesses termos, que<br />

<strong>de</strong>senvolvi as análises e reflexões <strong>no</strong> primeiro capítulo.<br />

No âmbito <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro, a <strong>criação</strong> <strong>do</strong>s <strong>Instituto</strong>s Superiores <strong>de</strong><br />

Educação (ISEs) da FAETEC/SECT-RJ e <strong>de</strong> seus cursos <strong>no</strong>rmais Superiores (CNS) ocorreu<br />

sem a <strong>de</strong>vida participação da comunida<strong>de</strong> acadêmica e <strong>do</strong>s profissionais em educação <strong>do</strong> Rio<br />

<strong>de</strong> Janeiro nas reflexões <strong>de</strong>correntes da <strong>criação</strong> <strong>do</strong>s <strong>Instituto</strong>s Superiores <strong>de</strong> Educação (ISEs),<br />

já que foram to<strong>do</strong>s cria<strong>do</strong>s por <strong>de</strong>cretos <strong>do</strong> Gover<strong>no</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro da época<br />

como os Gover<strong>no</strong>s <strong>de</strong> Marcelo Allencar, <strong>de</strong> Anthony Garotinho e <strong>de</strong> Rosinha Garotinho A<br />

rápida implementação <strong>de</strong> forma precária e <strong>de</strong>sorganizada, trouxe inúmeros problemas para<br />

essas instituições e seus cursos, discuti<strong>do</strong>s <strong>no</strong>s capítulos 2 e 3 <strong>de</strong>ste estu<strong>do</strong>.<br />

Em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong>ssa problemática, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a primeira turma <strong>do</strong> CNS/ISERJ, formada<br />

em 1999, até o a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 2008, não tinha ocorri<strong>do</strong> a expedição <strong>de</strong> diplomas para os alu<strong>no</strong>s<br />

concluintes. Depois <strong>de</strong> vinte e quatro a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>dica<strong>do</strong>s à educação como professora<br />

das séries iniciais <strong>do</strong> Ensi<strong>no</strong> Fundamental da Re<strong>de</strong> Pública Municipal e Fe<strong>de</strong>ral, <strong>do</strong>s <strong>Curso</strong>s<br />

13 A OSCIP é uma sigla que significa ―Organização da Socieda<strong>de</strong> Civil <strong>de</strong> Interesse Público‖ e a ONG é uma<br />

―Organização Não Governamental‖. Esses termos foram qualificações <strong>de</strong>correntes da Lei 9.790 <strong>de</strong> 23/03/99,<br />

também conhecida como Lei <strong>do</strong> Terceiro Setor. Foi essa lei que oficializou as organizações não governamentais,<br />

realizan<strong>do</strong> o reconhecimento legal e oficial, principalmente <strong>no</strong> que diz respeito à transparência administrativa e<br />

financeira que a legislação exigiu. <strong>Normal</strong>mente, essas organizações exercem alguma função pública, isto é,<br />

embora não pertençam ao Esta<strong>do</strong>, ofertam serviços sociais, geralmente <strong>de</strong> caráter assistencial, que aten<strong>de</strong>m a um<br />

conjunto da socieda<strong>de</strong> maior que, apenas, os funda<strong>do</strong>res e/ou administra<strong>do</strong>res da organização. Assim, a esfera <strong>de</strong><br />

sua atuação é a esfera pública, embora não estatal. É importante mencionar também, que nem todas as ONGs<br />

têm uma função pública direcionada a promoção <strong>do</strong> bem-estar social (educacionais, <strong>de</strong> tratamento médico,<br />

assistencial, científicas, culturais, <strong>de</strong>ntre outros) e que apresentam diferentes graus <strong>de</strong> institucionalização.<br />

Existem ONGs cuja função é única e exclusivamente aten<strong>de</strong>r aos interesses <strong>do</strong> seu grupo funda<strong>do</strong>r e/ou<br />

administra<strong>do</strong>r, como alguns sindicatos, as cooperativas, as associações <strong>de</strong> seguro mútuo, <strong>de</strong>ntre outros.<br />

Ultimamente, as OSCIPs e as ONGs estão sen<strong>do</strong> compreendidas como sinônimos. Essa discussão entre público,<br />

priva<strong>do</strong> e público não-estatal é discorrida <strong>no</strong> capítulo 2, ao tratar das características das Fundações.<br />

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