Monografia - Faculdade de Comunicação da UFBA - Universidade ...
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uniformi<strong>da</strong><strong>de</strong> e o padrão <strong>da</strong> programação. Em contraparti<strong>da</strong>, as afilia<strong>da</strong>s se<br />
beneficiam com a ven<strong>da</strong> <strong>de</strong> anúncios veiculados nos intervalos dos programas e<br />
ain<strong>da</strong> com a vinculação <strong>de</strong> seu nome aos produtos comunicacionais amplamente<br />
promovidos em âmbito nacional.<br />
A coor<strong>de</strong>nação <strong>da</strong>s afilia<strong>da</strong>s é <strong>de</strong>sempenha<strong>da</strong> pela emissora cabeça-<strong>de</strong>-<br />
re<strong>de</strong>, a quem cabe ain<strong>da</strong> oferecer suporte técnico, compensação financeira <strong>de</strong><br />
acordo com o aumento <strong>da</strong> audiência e boas condições para comercialização, em<br />
nível local, <strong>de</strong> espaços publicitários. É a cabeça-<strong>de</strong>-re<strong>de</strong> quem produz a maior<br />
parte <strong>da</strong> programação transmiti<strong>da</strong> pelas afilia<strong>da</strong>s, <strong>de</strong>terminando também o horário<br />
em que os programas <strong>de</strong>vem ir ao ar. Em nenhuma hipótese, é permitido às<br />
afilia<strong>da</strong>s promover qualquer alteração na gra<strong>de</strong> <strong>de</strong> programação estabeleci<strong>da</strong> pela<br />
cabeça-<strong>de</strong>-re<strong>de</strong>.<br />
O espaço <strong>de</strong>stinado às afilia<strong>da</strong>s para a veiculação <strong>de</strong> programas locais<br />
correspon<strong>de</strong>, em média, a 15% <strong>da</strong> programação total. Em caso <strong>de</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />
estas emissoras são obriga<strong>da</strong>s a ce<strong>de</strong>r o seu tempo na gra<strong>de</strong> para a matriz.<br />
Como avalia Othon Jambeiro 23 :<br />
O Contrato <strong>de</strong> afiliação é, <strong>de</strong> fato, uma imposição do po<strong>de</strong>r <strong>da</strong> re<strong>de</strong><br />
sobre as emissoras, garantindo às primeiras uma situação <strong>de</strong> comando<br />
centralizado <strong>de</strong> um conglomerado <strong>de</strong> canais <strong>de</strong> televisão e, por<br />
conseqüência, <strong>de</strong> audiências e mercados publicitários. Esta forma <strong>de</strong><br />
estruturação <strong>da</strong> indústria televisiva claramente beneficiou São Paulo e<br />
Rio <strong>de</strong> Janeiro, on<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s estruturas <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> programas<br />
foram monta<strong>da</strong>s e <strong>de</strong> on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>rosos grupos <strong>de</strong> mídia estabelecem os<br />
conteúdos que os brasileiros <strong>de</strong>vem ver.<br />
Na reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, o vínculo estabelecido entre a re<strong>de</strong> e as suas afilia<strong>da</strong>s tem<br />
um caráter marca<strong>da</strong>mente econômico. Trata-se aqui <strong>de</strong> uma parceria que visa<br />
expandir ao máximo o alcance as audiências e o mercado para a comercialização<br />
<strong>de</strong> anúncios. Enquanto a re<strong>de</strong> se encarrega <strong>de</strong> produzir e ven<strong>de</strong>r programas para<br />
23 JAMBEIRO, Othon. A TV no Brasil do século XX. Salvador: ED<strong>UFBA</strong>, 2002, p. 125.<br />
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