REVISTA BRASILEIRA 58-pantone.vp - Academia Brasileira de Letras
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Eduardo Lourenço –<br />
uma homenagem<br />
Prosa<br />
Celso Lafer<br />
Eduardo Lourenço é um dos gran<strong>de</strong>s pensadores da nossa língua<br />
comum, que se não é uma língua internacional <strong>de</strong> comunicação,<br />
como hoje o inglês e no passado o latim, é como afirmou<br />
Fernando Pessoa – poeta-pensador que ele analisou com tanta acuida<strong>de</strong><br />
– uma língua universal, pois é capaz <strong>de</strong> “respon<strong>de</strong>r na íntegra a<br />
todas as formas <strong>de</strong> expressão possíveis”. Foi nesta língua que Camões,<br />
n’Os Lusíadas, articulou, no século XVI – o do início do Brasil<br />
– a primeira expressão consciente e bem sucedida <strong>de</strong> um olhar-mundo.<br />
Foi com este olhar, como aponta Eduardo Lourenço em Nós e a<br />
Europa ou as Duas Razões, que os portugueses assumiram um <strong>de</strong>stino<br />
<strong>de</strong> mediação e <strong>de</strong> <strong>de</strong>scoberta do Outro, em consonância com a experiência<br />
articulada no poema <strong>de</strong> encontros e <strong>de</strong>sencontros <strong>de</strong> povos,<br />
costumes e culturas.<br />
Assim, convocado pela amiga instigação <strong>de</strong> Guilherme<br />
d’Oliveira Martins, creio que a melhor maneira que tenho <strong>de</strong> participar<br />
<strong>de</strong>sta homenagem à relevância da obra e da qualida<strong>de</strong> hu-<br />
19<br />
Ocupante da<br />
Ca<strong>de</strong>ira 14<br />
na <strong>Aca<strong>de</strong>mia</strong><br />
<strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Letras</strong>.