REVISTA BRASILEIRA 58-pantone.vp - Academia Brasileira de Letras
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Leo<strong>de</strong>gário A. <strong>de</strong> Azevedo Filho<br />
com as tradições brasileiras e que não ficasse fora do âmbito universal.<br />
Assim, Tasso da Silveira, no livro Definição do Mo<strong>de</strong>rnismo Brasileiro, <strong>de</strong>ixou<br />
bem claro os principais postulados estéticos da corrente espiritualista ou totalista:<br />
a) Velocida<strong>de</strong> Expressional; b) Totalida<strong>de</strong>; c) Brasilida<strong>de</strong>; e d) Universalida<strong>de</strong>.<br />
Buscava-se, como se vê, uma expressão da realida<strong>de</strong> brasileira,<br />
não como algo que se inicia, erro do primitivismo pau-brasil, mas como alguma<br />
coisa superior que se integrasse na própria realida<strong>de</strong> universal. A essa<br />
conceituação geral dos objetivos do grupo o poeta Murillo Araújo iria acrescentar<br />
ainda as seguintes tendências: liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> criação e <strong>de</strong> forma; síntese<br />
<strong>de</strong> expressão; dinamismo; surpresa estética; apelo ao subconsciente; conceito<br />
<strong>de</strong> poesia pura; e abolição da retórica. Insurge-se, entretanto, contra os excessos<br />
<strong>de</strong>ssas tendências, a que chama “<strong>de</strong>svirtuação”, para concluir, indicando<br />
as suas principais dimensões poéticas:<br />
“Ressalvemos, contudo, que houve e há Mo<strong>de</strong>rnismo legítimo – que usa<br />
da liberda<strong>de</strong> para achar uma nova harmonia; da síntese para intensificar a<br />
emoção; do movimento para pintar os dias <strong>de</strong> nosso tempo agitado; da<br />
surpresa estética para a criação completa e nova; do subconsciente para a<br />
<strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> <strong>de</strong>slumbramentos virgens; e cuja poesia pura assuma, pela<br />
técnica segura, a expressão simples e nova <strong>de</strong> um mundo recém-surgido<br />
daságuas.(A Arte do Poeta, p.79)”<br />
O seu ponto <strong>de</strong> vista, portanto, ajusta-se perfeitamente às i<strong>de</strong>ias gerais do<br />
grupo <strong>de</strong> Festa, que <strong>de</strong>fendia as inovações estéticas do Mo<strong>de</strong>rnismo, mas em<br />
sentido <strong>de</strong> evolução natural, e não <strong>de</strong> rompimento brusco com o passado. Representava,<br />
por assim dizer, uma corrente mo<strong>de</strong>rada <strong>de</strong>ntro do Mo<strong>de</strong>rnismo,<br />
que não po<strong>de</strong> ficar esquecida em nossa historiografia literária, é claro.<br />
No livro Quadrantes do Mo<strong>de</strong>rnismo Brasileiro, melhor exposto se encontra o<br />
pensamento <strong>de</strong> Murillo Araújo em relação ao nosso Mo<strong>de</strong>rnismo. Aí se publicam<br />
duas conferências do poeta, a primeira intitulada “Mo<strong>de</strong>rnismo e Aranhismo”,<br />
proferida em 1924, nos albores da revolução Mo<strong>de</strong>rnista. O ponto<br />
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