REVISTA BRASILEIRA 58-pantone.vp - Academia Brasileira de Letras
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Arnaldo Niskier<br />
quando nasceu e se <strong>de</strong>senvolveu a revolucionária tecnologia da cartilha impressa,<br />
criação do pastor Jan Amos Comenius, inspirado autor da Didacta<br />
Magna, on<strong>de</strong> se abrigaram há séculos sugestões <strong>de</strong> inovadoras tecnologias<br />
educacionais.<br />
Passados os anos, como afirma o Acadêmico Alberto Venancio Filho, o<br />
documento conserva-se <strong>de</strong> uma total atualida<strong>de</strong>, e serve <strong>de</strong> guia exato para a<br />
educação brasileira reencontrar os verda<strong>de</strong>iros caminhos, sobretudo na indispensável<br />
<strong>de</strong>fesa da escola pública.<br />
Cabe um <strong>de</strong>staque especial, na vida brasileira, ao professor e Acadêmico<br />
Fernando <strong>de</strong> Azevedo, redator do Manifesto dos Pioneiros e autor da melhor<br />
obra escrita, em nossa literatura, sobre a cultura brasileira, fruto <strong>de</strong> uma série<br />
<strong>de</strong> artigos publicados no jornal O Estado <strong>de</strong> S. Paulo.<br />
Em consequência da posição <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque obtida com a publicação do Manifesto,<br />
foi Fernando <strong>de</strong> Azevedo convidado pelo interventor fiscal em São<br />
Paulo, General Waldomiro Lima, para ocupar, ainda em 1932, o cargo <strong>de</strong> diretor-geral<br />
da Instrução Pública do Estado <strong>de</strong> São Paulo.<br />
Embora adversário político do interventor, Fernando <strong>de</strong> Azevedo, aconselhado<br />
por vários amigos, aceitou o convite e dispôs-se a trabalhar com o mesmo<br />
ardor que manifestara ao exercer cargo idêntico na capital da República.<br />
Alguns anos antes, ao concluir o inquérito sobre a educação no Estado, chegara<br />
a algumas conclusões pessimistas:<br />
“Por mais duro e <strong>de</strong>primente que possa parecer a muitos, não é triste dissimular<br />
a verda<strong>de</strong> incontestável <strong>de</strong> que o ensino superior em São Paulo,<br />
como em geral no Brasil, ainda não se <strong>de</strong>spren<strong>de</strong>u nem se elevou acima dos<br />
limites estreitos da preparação profissional. A escola primária e a profissional<br />
viviam divorciadas dos i<strong>de</strong>ais mo<strong>de</strong>rnos da educação.”<br />
Como resultado altamente significativo <strong>de</strong> sua passagem pela Diretoria-<br />
Geral do Ensino, foi aprovado e implantado, no Estado <strong>de</strong> São Paulo, em<br />
1933, um Código <strong>de</strong> Educação.<br />
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