Revista 2002 - Beija-Flor
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UMA ESCOLA FAZENDO HISTÓRIA<br />
Uma escola<br />
de vida<br />
Isabella Eckstein<br />
Passados 53 anos da fundação do bloco<br />
Associação Carnavalesca <strong>Beija</strong>-<br />
<strong>Flor</strong>, é fácil constatar a dimensão e a importância<br />
que ele alcançou no cenário nacional e internacional.<br />
Basta que se diga o nome atual da<br />
escola de samba em que o pequeno bloco se<br />
transformou cinco anos depois de fundado:<br />
Grêmio Recreativo Escola de Samba <strong>Beija</strong>-<strong>Flor</strong><br />
de Nilópolis<br />
Seis vezes campeã, desde 1976 — quando<br />
conquistou seu primeiro campeonato no Grupo<br />
I — a <strong>Beija</strong>-<strong>Flor</strong> só não esteve entre as cinco<br />
primeiras colocadas uma única vez. Fenômeno<br />
no carnaval do Rio de Janeiro, ganhou o mundo<br />
e fez muito gringo cair no samba durante<br />
apresentações nos mais diferentes lugares —<br />
da Argentina à Alemanha, dos Estados Unidos<br />
ao Marrocos, do Caribe à Inglaterra, de Portugal<br />
à Cisjordânia.<br />
Sob o comando da família Abrão David, a<br />
<strong>Beija</strong>-<strong>Flor</strong> deixou de ser simplesmente uma opção<br />
de lazer para os moradores de Nilópolis,<br />
ou a representante do município da Baixada<br />
Fluminense no Desfile das Escolas de Samba<br />
do Rio de Janeiro. Ela foi mais longe, superou<br />
expectativas. Passou a oferecer oportunidades,<br />
criar esperanças, concretizar sonhos. Tornou-se o orgulho<br />
de um povo e um exemplo a ser seguido. Fez-se uma<br />
escola de vida.<br />
Para conhecer as origens do G.R.E.S <strong>Beija</strong>-<strong>Flor</strong> de<br />
Nilópolis é preciso voltar alguns anos no tempo, até o dia<br />
25 de dezembro de 1948. Pois foi durante um bate-papo<br />
entre amigos num dia de Natal que surgiu o embrião daquela<br />
que se tornaria uma das principais potências do<br />
carnaval carioca.<br />
Reunidos numa das esquinas da rua Mirandela, tradicional<br />
ponto de encontro de sambistas de Nilópolis, Milton<br />
de Oliveira (Negão da Cuíca), Edson Vieira Rodrigues<br />
(Edinho do Ferro-Velho), Helles Ferreira da Silva, Walter<br />
da Silva, Hamilton <strong>Flor</strong>iano e José Fernandes da Silva, entre<br />
outros, batucavam na mesa de um bar quando um deles<br />
sugeriu a formação de um bloco carnavalesco para ocupar<br />
a lacuna surgida na região com o fim dos blocos do<br />
Irineu Perna-de-Pau e dos Teixeira. Aprovada por unanimidade<br />
a sugestão, logo dava-se por fundada a Associação<br />
Carnavalesca <strong>Beija</strong>-<strong>Flor</strong>.<br />
Várias são as versões para a escolha do nome do bloco.<br />
A maioria delas sustenta a influência de dona Eulália,<br />
mãe de Milton de Oliveira, que, segundo contam, adorava<br />
pássaros e possuía na varanda de sua casa vários bebedouros<br />
para beija-flores. Ela também poderia ter se inspirado<br />
no nome de um rancho existente em Marquês de<br />
10 <strong>Revista</strong> <strong>Beija</strong>-<strong>Flor</strong> www.beija-flor.com.br