20.04.2013 Views

Revista 2002 - Beija-Flor

Revista 2002 - Beija-Flor

Revista 2002 - Beija-Flor

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Uma escola fazendo história<br />

Comissão de Carnaval, abrindo espaço ao povo da<br />

escola que sempre esteve junto conosco e nunca tinha<br />

tido a chance de mostrar a cara pro mundo.<br />

Essa valorização do pessoal da escola e da comunidade<br />

é uma característica que diferencia a <strong>Beija</strong>-<strong>Flor</strong><br />

das outras agremiações?<br />

Certamente. Quando voltei em 95, encontrei uma comunidade<br />

muito esfacelada, a escola desunida, várias<br />

lideranças que deixavam prevalecer suas vaidades<br />

pessoais. A gente de Nilópolis estava afastada por não<br />

ter condições de comprar fantasia. Comecei, então, a<br />

trabalhar para reverter essa situação. Mais uma vez<br />

conversei com o Anizio e destaquei a necessidade de<br />

se formar uma escola de comunidade. Para mim, o<br />

povo é o que faz a diferença, é a grande salvação do<br />

carnaval. Por isso é que hoje, nós damos 2.200 fantasias<br />

num universo de 3.800 componentes. É um custo<br />

muito grande, então é preciso ter coragem para fazer<br />

isso e a <strong>Beija</strong>-<strong>Flor</strong> está tendo.<br />

Desde 98, você é o diretor Geral de Carnaval da escola.<br />

O que isso significa na prática?<br />

Significa que atualmente sou a pessoa responsável<br />

pelo barracão, pela Comissão de Carnaval, pelas reuniões<br />

com a diretoria e com a comunidade, pelos ensaios,<br />

pelo desfile... enfim, por todos os assuntos de<br />

carnaval da escola. É lógico que eu divido as tarefas<br />

— o diretor de bateria tem a dele, o mestre-sala tem a<br />

dele, mas a responsabilidade global é minha. Sou uma<br />

pessoa que respeita os limites, o comando e eis a<br />

razão por que me faço respeitar. Tudo aqui é planejado,<br />

e tenho uma equipe justamente pra isso. Por causa<br />

de alguns acontecimentos, fui chamado de brigão.<br />

E eu não era o brigão, nunca fui. Defendo a bandeira<br />

e o pavilhão de onde estou e o trabalho que eu estiver<br />

fazendo.<br />

Como você define o seu relacionamento com Anizio<br />

Abrão David?<br />

É o melhor possível. O Anizio é uma pessoa por quem<br />

eu tenho um carinho muito grande. Só ele teria peito<br />

para fazer o que nós estamos fazendo dentro da <strong>Beija</strong>-<br />

<strong>Flor</strong>, mais ninguém. Ele banca tudo, ele acredita, ele<br />

aposta. Nós nos conhecemos há 23 anos e ele nunca<br />

alterou a maneira de falar comigo. Há um respeito muito<br />

grande de ambas as partes.<br />

O que a <strong>Beija</strong>-<strong>Flor</strong> significa para você?<br />

A <strong>Beija</strong>-<strong>Flor</strong> me acolheu quando eu saí do Salgueiro, e só<br />

fui embora por causa da vaidade dos outros. Todas as<br />

vezes que voltei, o Anizio me recebeu como um irmão.<br />

Então, a <strong>Beija</strong>-<strong>Flor</strong> é para mim, dentro do universo do<br />

carnaval, uma escola que me dá o direito de trabalhar<br />

com amor e com um prazer muito grande; que proporciona<br />

aos artistas a condição de mostrar o seu talento e as<br />

idéias que têm na cabeça. Sem vaidades.<br />

20 <strong>Revista</strong> <strong>Beija</strong>-<strong>Flor</strong> www.beija-flor.com.br<br />

Arquivo <strong>Beija</strong>-<strong>Flor</strong><br />

Laíla comandando o desfile da escola

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!