Revista 2002 - Beija-Flor
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Danilo Tavares Danilo Tavares Danilo Tavares Danilo Tavares Danilo Tavares<br />
Jayme Português<br />
Aos 68 anos, é com modéstia que Jayme Português fala do ofício que sempre<br />
exerceu, talvez sem ter noção da importância do seu trabalho para o sucesso da<br />
escola. "Sou um simples carpinteiro", diz. Morador de Vilar dos Teles, não vê a hora de<br />
prestigiar sua escola no próximo carnaval. Enquanto o dia não chega, seu Jayme<br />
acompanha passo a passo os preparativos para o desfile de <strong>2002</strong>. "A cada dia que<br />
passa está tudo mais lindo na <strong>Beija</strong>-<strong>Flor</strong>", orgulha-se.<br />
Baiano<br />
Na Bahia ele trabalhava como laminador fazendo bugres e lanchas. Quando chegou<br />
ao Rio de Janeiro, há 12 anos, José Jorge Guedes Soares ganhou o apelido de Baiano e um<br />
emprego na <strong>Beija</strong>-<strong>Flor</strong>, para trabalhar com fibra de vidro, na parte de reprodução, onde está<br />
até hoje. "Cheguei no Rio sem emprego, e soube por um amigo que já trabalhava na escola,<br />
o Banana, que estavam precisando de laminador", conta. O trabalho no barracão dura<br />
cerca de oito meses e, no dia do desfile, Baiano monta e desmonta os carros. "Só quando<br />
vejo a <strong>Beija</strong>-<strong>Flor</strong> na avenida é que entendo como todo nosso esforço é válido", revela.<br />
Edinho<br />
Depois de passar alguns anos trabalhando para presidentes da várias alas em seu<br />
próprio ateliê, Edson Bertholini, o Edinho, passou a integrar o barracão de Nilópolis em<br />
1993, a convite de Milton Cunha, então carnavalesco da escola. Edinho desfilou na<br />
<strong>Beija</strong>-<strong>Flor</strong> pela primeira vez em 1985 e, em 87, tornou-se destaque: "O carnaval é a<br />
maior diversão da minha vida, e a <strong>Beija</strong>-<strong>Flor</strong>, a minha paixão", derrete-se. "Atualmente,<br />
respiro carnaval 24 horas por dia. Quando não estou no barracão, estou em casa trabalhando<br />
na confecção da minha fantasia, que este ano será um cisne negro", completa.<br />
Dinângela<br />
Aderecista da <strong>Beija</strong>-<strong>Flor</strong> desde os 15 anos de idade, Dinângela Escarlate, aos 7 já<br />
acompanhava a mãe, então costureira da escola, para apreciar as atividades no barracão.<br />
Hoje, aos 35 anos, considera o amor à profissão o mais importante para manter<br />
o entusiasmo depois de 20 anos de trabalho, e não poupa elogios à equipe do<br />
barracão de Nilópolis. "Nosso pessoal é muito bom e nosso chefe não é só chefe, é<br />
também um amigo", diz ela, referindo-se ao coordenador Edson Bertholini. "Somos<br />
como uma orquestra: um grupo trabalhando em harmonia, com um grande regente".<br />
Zezé<br />
Ela começou na <strong>Beija</strong>-<strong>Flor</strong> há 17 anos como cozinheira e, há dez, desempenha a<br />
função de costureira. "Quando entrei para a escola, já sabia costurar. Então, quando surgiu<br />
a oportunidade, mudei meu ofício, e nele estou até hoje", conta Maria José Pacheco.<br />
Trabalhando na confecção das fantasias o dia inteiro durante cerca de seis meses por<br />
ano, Zezé não reclama da demanda. "Trabalhamos duro, mas está tudo muito bonito,<br />
lindíssimo, e é isso que importa", diz a costureira, que todo ano desfila como apoio na Ala<br />
das Baianas. "A <strong>Beija</strong>-<strong>Flor</strong> promete para a festa deste ano", garante. (IE e TG)<br />
janeiro <strong>2002</strong><br />
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