MÍDIA, MÁFIAS E ROCK'N'ROLL
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Demarco, ex-funcionário do Opportunity, entra na história<br />
como o contato com o PT – teria laços fortes com Luiz Gushiken,<br />
ex-homem-forte da Comunicação do governo. Uma empresa de<br />
Demarco, chamada Miracula, criou a loja virtual que arrecadou<br />
R$ 2 milhões para a campanha presidencial de Lula, em 2002. Essa<br />
empresa, segundo a Kroll, teria 99% das ações de uma empresa<br />
no paraíso fiscal de Cayman. Demarco também teria um<br />
empreendimento na Web como fachada para Gushiken (o Portal<br />
da Previdência Ltda.), segundo o relatório.<br />
Tendo saído do Opportunity após uma obscura atuação em<br />
Cayman, Demarco processou o fundo, usando o mesmo advogado que<br />
processa a empresa por parte do fundo Previ, Harcus Sinclair. Para a<br />
Kroll, isso e a afirmação de um economista da Previ de que Demarco<br />
sempre era visto por lá são as principais evidências da conexão entre<br />
ele e a suposta campanha anti-Daniel Dantas.<br />
Nelson Tanure, que comprou o Jornal do Brasil em 2001, teria<br />
entrado no esquema, segundo o relatório da Kroll, devido à sua prática<br />
de vender espaços no jornal. É neste ponto do relatório que começa a<br />
descrição cifrada do jogo de mídia. A Kroll destinou 20 mil euros do<br />
orçamento total apenas para investigar as operações de Tanure.<br />
No tocante às publicações que pertencem ao empresário,<br />
constam os seguintes objetivos:<br />
“NT (Tanure) exerce influência direta na linha editorial do jornal<br />
(JB) e autoriza diretamente reportagens contra o Opportunity.<br />
O repórter responsável por esses textos é Gilberto Menezes Cortes.”<br />
As fontes, segundo o relatório, seriam de dentro do próprio JB.<br />
“Continuar pesquisa para avaliar possíveis pagamentos da TI a NT<br />
por meio de publicidade no JB, GM e empresas associadas”. As<br />
fontes eram do próprio departamento comercial das empresas,<br />
além de “pessoal editorial sênior”.<br />
“Afirma-se que a GM (Gazeta Mercantil) também está perdendo<br />
dinheiro, circulação e receita publicitária. Ela não acertou<br />
pendências com jornalistas que trabalharam no jornal. Sua<br />
sucursal do Rio não fechou, mas teve seu pessoal cortado de 30<br />
para 4.” Havia um orçamento de 4 mil euros para “oferecer aos<br />
litigantes assistência informal contra NT”, na busca por<br />
informações que pudessem ser usadas contra o empresário.<br />
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