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MÍDIA, MÁFIAS E ROCK'N'ROLL

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a ser meu amigo. Jurei que dali para adiante tornaria claro, para as<br />

fontes-amigos, que o que falassem, se tivesse interesse público, eu iria<br />

meter bala. Mesmo que tudo tivesse sido colhido na mansuetude duma<br />

conversa de boteco. Não adiantou.<br />

Não adiantou porque em setembro de 2004 perdi outro amigofonte.<br />

Desta vez, o procurador mais famoso do Brasil, Luiz Francisco<br />

Fernandes de Souza. Conheci-o em 1995, quando fui procurado na<br />

Rádio CBN por Guilherme Duque Estrada. Veio do Norte do Brasil<br />

para São Paulo ameaçado de morte, por ter denunciado desmandos e<br />

ilegalidades no Acre, incluindo o ex-governador Orleir Cameli e o<br />

bandido Hildebrando Paschoal. Duque Estrada me apresentou a Luiz<br />

Francisco. Tive a honra de levar o procurador à revista Caros Amigos,<br />

cuja editora lançou seu livro Socialismo, uma Utopia Cristã. Eu e Luiz<br />

fomos processados pelo senador Jorge Bornhausen (PFL-SC) em<br />

decorrência de uma entrevista de Luiz, em que contava a este repórter<br />

como e porque investigava as contas bancárias da família Bornhausen.<br />

Em agosto de 2004, Luiz Francisco me remete uma denúncia,<br />

para publicarmos na íntegra no Consultor Jurídico. Era contra o<br />

banqueiro Daniel Dantas, então do Opportunity. Repassei ao editorchefe,<br />

Márcio Chaer. Parafraseando Benjamin, Chaer viu naquilo<br />

uma chave sem fechadura: o arquivo word era nomeado assim:<br />

“ufa.ufa.ufa”. Chaer achou estranho. Clicou em “propriedades”. Viu que<br />

a denúncia de Luiz Francisco não fora feita em seu computador. Chaer<br />

alegou que o procurador havia recebido aquela denúncia prontinha da<br />

silva de uma das partes interessadas.<br />

O procurador me ligou, aos berros, alegando que o material fora<br />

passado só e tão somente para mim. Na confiança. Meus argumentos<br />

foram que toda vez que você passa um material para alguém, ele se<br />

aliena de você e entra num processo produtivo, jornalístico, válido,<br />

técnica e moralmente, desde que não seja adulterado. E que nada fora<br />

adulterado no arquivo original remetido pelo procurador. Perdi a<br />

amizade de Luiz Francisco. E em nenhum momento proibi Márcio<br />

Chaer de publicar o material: a denúncia original de Luiz Francisco<br />

alienou-se ao repórter, e depois se alienou ao editor Chaer. Aleguei ao<br />

procurador que ele produzira aquilo que em inteligência se chama logic<br />

bomb: um artefato que explode ou é acionado muito depois de seu<br />

criador ter deixado o local. Luiz jamais aceitou isso e até agora me<br />

considera um profissional anti-ético. Eis o que a Conjur publicou e que<br />

fique para o escrutínio do leitor:<br />

“Arquivo de petição de Luiz Francisco foi gerado em empresa.<br />

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