MÍDIA, MÁFIAS E ROCK'N'ROLL
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olhos se inundaram de lágrimas. “Vocês estão brincando comigo? Ele<br />
também fez isso antes de ser encontrado morto aqui, rapou careca no<br />
dia de sua morte”.<br />
Só descobri quem era o falecido em janeiro de 2006, quando da<br />
morte de Urano Bacellar. Uma resposta que o Itamaraty guarda a sete<br />
chaves. Outra maior autoridade brasileira no Haiti também se matou<br />
nos anos 90. Não foi um embaixador, mas sim o encarregado de<br />
negócios, que era segundo secretário. Seu nome era Paulo Mendes de<br />
Carvalho. Nasceu em Santos, em 1956, formou-se em Medicina pela<br />
USP e ingressou na carreira em 1986.<br />
José Soares apresentou-me a um seu amigo de infância e compadre<br />
do presidente Lula, o advogado Roberto Teixeira. Esta história quase<br />
chegará a Bagdá. Mas antes passa por Francisco Carlos Garisto.<br />
Garisto é fundador da Federação Nacional dos Policiais Federais.<br />
Foi segurança do Papa João Paulo Segundo, do Príncipe Charles e de<br />
três presidentes dos EUA. Esteve infiltrado nos maiores cartéis<br />
colombianos da cocaína. Não é nem foi homem de gatilho fácil. É hábil<br />
na costura política, e ainda mais nas palavras. Minha proximidade de<br />
Garisto fez dele um dos melhores amigos. Foi Garisto quem disparoume<br />
a dica de que Lula, nas eleições, vinha sendo monitorado pelos<br />
arapongas da Abin.<br />
Naquela época, o comentário, jamais confirmado, era que FHC e<br />
José Serra haviam mandado o então chefão da Abin, general Alberto<br />
Cardoso (conhecido entre os arapongas como “o Cardoso que manda”,<br />
num trocadilho em relação a FHC), grampear Lula. Dizia-se que era<br />
uma máquina diabólica, que custava US$ 20 mil em Miami, aquela<br />
direcionada a grampear o “apê” de Lula no ABC. Teria sido a mesma<br />
empregada por Pedro Pedrossian para grampear o Zeca do PT.<br />
Contamos na revista Consultor Jurídico, 4 de julho de 2002<br />
“As escutas feitas em telefones de integrantes do Partido dos<br />
Trabalhadores pela Abin e pela Polícia Federal ocorrem por meio<br />
de um aparelho contrabandeado que custa cerca de US$ 20 mil. O<br />
aparelho teria a capacidade de grampear 10 telefones de uma<br />
única vez. Também mostra em que cidade está o usuário por meio<br />
do código telefônico. Na semana passada, o deputado Pedro<br />
Pedrossian (MS) teria dito para um agente que tem um aparelho<br />
desse. Com o dispositivo, o deputado teria grampeado seu<br />
adversário, o governador Zeca do PT. De acordo com o agente, o<br />
deputado comentou aos risos que “com um aparelho como esse se<br />
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